Após 16 anos de espera, FAB recebe primeiros caças F-39 Gripen
Quatro caças Gripen E foram incorporados ao Primeiro Grupo de Defesa Aérea, na Base Aérea de Anápolis (GO); FAB encomendou 40 aeronaves

A Força Aérea Brasileira (FAB) formalizou nesta segunda-feira (19) a incorporação dos quatro primeiros caças F-39 Gripen E operacionais ao Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), o Esquadrão Jaguar. A cerimônia que marcou o início das operações com o novo jato de combate no Brasil foi realizada na sede do 1º GDA, na Base Aérea de Anápolis (GO).
A entrada em serviço das aeronaves ocorre após a fase de ensaios em voo do Gripen no Brasil. As provas foram realizadas no Centro de Ensaios de Voo do Gripen, na fábrica da Embraer, em Gavião Peixoto (SP). O processo estava em curso desde setembro de 2020, quando chegou ao país o primeiro modelo de testes importado da Suécia.
“O início das atividades operacionais do Gripen pela Força Aérea Brasileira é um dia extremamente importante, não só porque marca o início de uma nova era operacional para a FAB, mas também porque é o resultado de anos de muito trabalho em conjunto com a Força Aérea e com nossos parceiros industriais brasileiros Embraer, AEL Sistemas, Akaer, Atech e nossas próprias subsidiárias no Brasil” disse Micael Johansson, o Presidente e CEO da Saab, fabricante do Gripen.

A entrega dos caças ao setor ativo também marca o fim da longa espera da FAB por uma nova aeronave de superioridade aérea. A escolha do Gripen foi definida pelo projeto FX-2, iniciado em 2006 e que teve a concorrência do Boeing F/A-18E/F Super Hornet e o Dassault Rafale. A proposta da Saab, no entanto, foi a única que propôs um amplo programa de transferência de tecnologia ao Brasil, que também será um produtor do jato supersônico.
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O contrato de aquisição do novo caça foi assinado entre o Brasil e a Saab em 2014, durante o governo de Dilma Rousseff. Na época, foi anunciada a compra de 36 exemplares da aeronave, incluindo modelos fabricados no Brasil. Neste ano, a FAB fez um pedido adicional por mais quatro jatos.
“O Brasil tem agora um dos caças mais avançados do mundo. Além disso, o Programa Gripen traz consigo o mais extenso programa de transferência de tecnologia em andamento no Brasil e é, definitivamente, o maior já feito por qualquer empresa sueca. Ele traz para a indústria de defesa brasileira o conhecimento para desenvolver, produzir, testar e manter um avançado caça supersônico. Estamos muito orgulhosos em sermos um parceiro estratégico do Brasil”, acrescentou CEO da Saab.
Os Gripen chegam para substituir principalmente os antigos caças Northrop F-5 Tiger II, que estão em serviço com a FAB desde 1975. O caça-bombardeiro A-1 (Embraer AMX) também deve ser substituído gradualmente pelo novo avião sueco.