Avião agrícola Embraer Ipanema bate recorde de vendas

Divisão de aviação agrícola da Embraer alcançou a marca de 63 aeronaves Ipanema 203 vendidas neste ano
O Embraer Ipanema detém 80% do mix de vendas da categoria agrícola
O Embraer Ipanema detém cerca de 80% do mix de vendas da categoria agrícola njo Brasil (Embraer)

A Embraer acaba de bater um novo recorde. A divisão de aviação agrícola da fabricante informou nesta quarta-feira (7) que atingiu a marca de 63 aeronaves Ipanema 203 vendidas nos 11 meses de 2022, superando o volume de 62 aviões comercializados no mesmo período do ano passado. O número alcançado neste ano é ainda mais expressivo quando comparado ao resultado de 2020, quando a empresa vendeu 28 unidades do avião.

No mercado desde 2015, o Ipanema 203 é a versão mais recente do avião agrícola da Embraer. O principal destaque da aeronave é o motor movido a etanol, área em que a fabricante brasileira foi pioneira.

De acordo com a Embraer, um dos fatores que ajudou na impulsão das vendas do Ipanema neste ano foi a produção recorde de grãos na safra 2021/2022, de 271,2 milhões de toneladas. Comparado ao ciclo anterior, o crescimento foi 5,3%, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Sany Onofre, gerente da divisão de aviação agrícola da Embraer, destaca que o recorde de vendas do Ipanema 203 acompanha também um maior engajamento de todo o segmento, com interações mais intensas entre os profissionais que atuam em oficinas de manutenção, escolas de formação, prestadores de serviços e clientes. “Existe uma troca contínua das boas práticas em todo território nacional”, disse Onofre que enfatiza ainda outras frentes de atuação para fortalecimento do setor no Brasil. “Colaborar para que todos tenham a manutenção em dia, aumentar o número de oficinas homologadas e preparar novos pilotos são algumas das ações essenciais para o desenvolvimento da indústria como um todo.”

O Ipanema é produzido na fábrica da Embraer em Botucatu (SP); cada avião custa R$ 1,5 milhão (Thiago Vinholes)
O Ipanema é produzido na fábrica da Embraer em Botucatu (SP), onde ficava a antiga sede da Indústria Aeronáutica Neiva (Thiago Vinholes)

De acordo com a Embraer, atendendo às sugestões de clientes, o Ipanema receberá novos aprimoramentos ao longo de 2023, como melhorias em ergonomia, manutenção e durabilidade.

75 anos de aviação agrícola no Brasil

A aviação agrícola foi inventada pelo agente florestal alemão Alfred Zimmermann em 1911, embora sua aplicação comercial tenha acontecido somente em 2021, nos Estados Unidos. Nesse tempo, os inseticidas eram lançados manualmente do avião por um segundo tripulante. Já no Brasil, o primeiro uso dessa técnica foi registrado em 1947, em fazendas de Pelotas (RS) que sofriam com ataques de gafanhotos.

A profissionalização da aviação agrícola no Brasil foi iniciada em 1967, quando foi formada a primeira turma de pilotos agrícolas, na Fazenda Ipanema, em Sorocaba (SP) – daí que vem o nome do avião agrícola da Embraer.

O Ipanema voou pela primeira vez em 1970 (Centro Histórico Embraer)
O Ipanema voou pela primeira vez em 1970 (Centro Histórico Embraer)

O desenvolvimento do Ipanema começou em 1968. O projeto nasceu no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), e logo em seguida foi assumido pela Embraer, criada em 1969, e as primeiras unidades do avião chegaram ao mercado em 1973. Trata-se, portanto, do produto mais longevo da fabricante e também o mais vendido, com mais de 1.500 unidades entregues.

Hoje a aeronave está na quinta geração, com destaque para a versão EMB 203 lançada em 2015, que foi o primeiro avião do com motor movido a etanol certificado no mundo.

De acordo com a fabricante, as culturas que mais utilizam aviões pulverizadores no Brasil são as de algodão, cana de açúcar, soja e milho. Já as regiões do país com maior demanda por aeronaves desse tipo são, pela ordem, o Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo.

O Ipanema também pode ser aplicado em funções como disseminação de sementes (para reflorestamento), combate primário a incêndios, povoamento de rios (espalhando alevinos) e até mesmo nucleação de nuvens para criar chuvas artificiais.

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