Avião mais longevo da Embraer, Ipanema somou 33 vendas no primeiro trimestre

Volume de vendas do avião agrícola fabricado em Botucatu subiu 38% comparado ao mesmo período em 2022
O avião agrícola Ipanema 203 ganhou novos recursos para operar em grandes lavouras (Embraer)
O Ipanema da Embraer detém 60% de participação no mercado de aviação agrícola no Brasil (Embraer)

A divisão de aviação agrícola da Embraer informou nesta sexta-feira (28) que vendeu 33 aeronaves Ipanema 203 no decorrer do primeiro trimestre de 2023. Tal volume de transações foi 38% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Inspirada pelo resultado no primeiro trimestre, a Embraer diz que espera encerrar o ano com um volume de vendas do Ipanema similar ou maior que o obtido em 2022, quando a empresa alcançou o recorde de 66 aviões agrícolas comercializados. De acordo com a fabricante, devido ao desempenho positivo deste início de ano e os pedidos acumulados nos últimos 12 meses, novas encomendas entrarão no planejamento de produção e entregas do próximo ano.

Até o fim deste ano, a Embraer tem a expectativa de produzir e entregar 65 exemplares do Ipanema, antes 55 e 42 aviões agrícolas entregues em 2022 e 2021, pela ordem. A fabricante esclareceu que, característica da sazonalidade do setor, a maior parte das remessas de novas aeronaves aos clientes ocorre no segundo semestre.

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“São três anos consecutivos de crescimento no volume de aeronaves entregues, o que exalta a altíssima confiança que os nossos clientes e operadores têm no Ipanema 203. Ao combinar alta tecnologia e tradição, o Ipanema 203 se mantém como referência em termos de alta produtividade e baixo custo operacional”, disse Sany Onofre, Gerente do Programa Ipanema da Embraer.

O Ipanema também pode ser utilizado no combate a incêndios (Thiago Vinholes)
O Ipanema também pode ser utilizado no combate a incêndios (Thiago Vinholes)

Aviação agrícola no Brasil

A aviação agrícola foi inventada pelo agente florestal alemão Alfred Zimmermann em 1911, embora sua aplicação comercial tenha acontecido somente em 1921, nos Estados Unidos. Nesse tempo, os inseticidas eram lançados manualmente do avião por um segundo tripulante. No Brasil, o primeiro uso dessa técnica foi registrado em 1947, em fazendas de Pelotas (RS) que sofriam com ataques de gafanhotos.

A profissionalização da aviação agrícola no Brasil foi iniciada em 1967, quando foi formada a primeira turma de pilotos agrícolas, na Fazenda Ipanema, em Sorocaba (SP) – daí que vem o nome do avião agrícola da Embraer.

O Ipanema voou pela primeira vez em 1970 (Centro Histórico Embraer)
O Ipanema voou pela primeira vez em 1970 (Centro Histórico Embraer)

O desenvolvimento do Ipanema começou em 1968. O projeto nasceu no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), e logo em seguida foi assumido pela Embraer, criada em 1969, e as primeiras unidades do avião chegaram ao mercado em 1973. Trata-se, portanto, do produto mais longevo da fabricante e também o mais vendido em termos unitários, com mais de 1.500 exemplares entregues.

Hoje a aeronave está na quinta geração, com destaque para a versão EMB 203 lançada em 2015, que foi o primeiro avião com motor movido a etanol certificado no mundo. O modelo é produzido na planta da Embraer em Botucatu (SP) – onde funcionava a antiga Indústria Aeronáutica Neiva (empresa adquirida pela Embraer em 1980).

O Ipanema é produzido na fábrica da Embraer em Botucatu (SP); cada avião custa R$ 1,5 milhão (Thiago Vinholes)
O Ipanema é produzido na fábrica da Embraer em Botucatu (SP), onde ficava a antiga sede da Indústria Aeronáutica Neiva (Thiago Vinholes)

De acordo com a fabricante, as culturas que mais utilizam aviões pulverizadores no Brasil são as de algodão, cana de açúcar, soja e milho. Já as regiões do país com maior demanda por aeronaves desse tipo são, pela ordem, o Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo.

O Ipanema também pode ser aplicado em funções como disseminação de sementes (para reflorestamento), combate primário a incêndios, povoamento de rios (espalhando alevinos) e até mesmo nucleação de nuvens para criar chuvas artificiais.

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