Boeing e Airbus deverão operar juntas fábrica da Spirit na Irlanda do Norte

Sem um comprador para divisão de Belfast, fabricante dos EUA disse que assumirá controle das instalações enquanto rival fabrica componentes do A220 e A350 no local

Asas do A220 sendo fabricadas na Irlanda do Norte
Asas do A220 sendo fabricadas na Irlanda do Norte (Spirit Aerosystems)

A falta de um interessado em adquirir as instalações da Spirit Aerosystems em Belfast, Irlanda do Norte, fará a Boeing assumir a divisão e com isso compartilhar a produção no local com a Airbus.

Um porta-voz da fabricante dos EUA afirmou nesta semana que a empresa continua comprometida em adquirir a Spirit e que os funcionários da Short Brothers Belfast “serão bem-vindos à família Boeing”.

Após fechar um acordo para adqurir grande parte da fornecedora de aerostruturas por US$ 4,7 bilhões, a Boeing acertou com a Airbus de repassar as linhas de montagem de componentes da rival.

Em Belfast, a fabricante europeia produz as asas do A220 e do A350 e deve montar a seção central da fuselagem do jato de um corredor.

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Fábrica da Spirit Aerosystems em Belfast (Spirit Aerosystems)

Em outras instalações no país, a Spirit também fornece peças para os jatos executivos da Bombardier, empresa que já foi dona dessas instalações entre 1989 e 2000.

Venda ainda não descartada

A fabricante canadense era apontada como principal candidata a assumir o restante do espólio na Irlanda do Norte, mas um acordo não foi acertado com a Boeing, a despeito de a produção das pelas para os aviões da Bombardier prosseguir.

Há cerca de 3.500 funcionários da Spirit em Belfast, cujo destino ainda não está claro. Airbus afirmou que sua prioridade é garantir a transferência de funcionários e ferramental para estabilizar sua produção.

Challenger 3500 (Bombardier)

Não está descartado, contudo, que o restante da fábrica de Belfast seja ainda vendido para terceiros.

Antiga divisão da Boeing, a Spirit Aerosystems foi desmembrada no passado e passou a ser uma fornecedora para várias planemakers, mas dívidas crescentes e falhas em processos produtivos deixaram a empresa em situação precária.

Para não comprometer a produção de seus jatos comerciais, Airbus e Boeing decidiram adquirir as instalações da Spirit em 2024.