Boeing e Airbus chegam a acordo para assumir fornecedora problemática

Spirit Aerosystems, que produz aeroestruturas para as duas fabricantes, será repartida nos próximos meses

Fábrica de aeroestruturas da Spirit AeroSystems
Fábrica de aeroestruturas da Spirit AeroSystems

A Boeing e a Airbus anunciaram em 1º de julho terem chegado a um acordo para repartir a Spirit Aerosystems, fornecedora de aeroestruturas que passa por problemas financeiros e de qualidade.

Criada a partir de uma divisão da Boeing em 2005, a Spirit será recomprada pela companhia aeroespacial dos EUA por um valor de US$ 4,7 bilhões.

Já a Airbus revelou ter chegado a um acordo de termos vinculativos para uma potencial aquisição de atividades como “a produção de seções de fuselagem do A350 em Kinston, Carolina do Norte, EUA, e St. Nazaire, França; das asas e fuselagem central do A220 em Belfast, Irlanda do Norte, e Casablanca, Marrocos; bem como dos postes A220 em Wichita, Kansas, EUA.”

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“Acreditamos que este acordo é do melhor interesse do público que voa, dos clientes das nossas companhias aéreas, dos funcionários da Spirit e da Boeing, dos nossos acionistas e do país de forma mais ampla”, disse o presidente e CEO da Boeing, Dave Calhoun. “Ao reintegrar a Spirit, podemos alinhar totalmente os nossos sistemas de produção comercial, incluindo os nossos sistemas de gestão de segurança e qualidade, e a nossa força de trabalho com as mesmas prioridades, incentivos e resultados – centrados na segurança e na qualidade.”

A Boeing afirmou que a aquisição da Spirit Aerosystems incluirá as operações comerciais relacionadas aos seus jatos, mas também contratos de defesa e pós-venda.

A Spirit produz as asas do A220 em Belfast
A Spirit produz as asas do A220 em Belfast (Spirit)

Alívio no mercado

A Spirit deverá vender algumas de suas operações, incluindo aquelas em Belfast, Irlanda do Norte (operações não-Airbus), Prestwick, Escócia , e Subang, Malásia.

A conclusão da transação com a Boeing é esperada para meados de 2025, já a Airbus disse que ainda precisa concluir uma due dilligence antes de assinar um acordo definitivo.

O fim do impasse sobre o destino da Spirit Aerosystems será um alívio para o mercado e para as clientes das duas fabricante de jatos comerciais, às voltas com problemas na produção de suas aeronaves comerciais.

Para a Boeing, a solução é ainda mais significativa e tira, ao menos por ora, um dos focos de críticas à atual gestão de Dave Calhoun, que deixará o posto de CEO no final do ano.

Embora muitos problemas apresentados pelos jatos 737 MAX e 787 Dreamliner tenham surgido dentro das fábricas da própria Boeing, é entendimento que as falhas geralmente começavam antes, na montagem inicial feita pela Spirit.