Caça indiano Tejas deverá ter assento ejetável russo para disputar pedido da Argentina

Fabricante HAL terá que substituir todos os componentes de origem britânica se quiser fornecer aeronave à Força Aérea Argentina
O caça LCA Tejas (IAF)

A Hindustan Aeronautics Limited (HAL), fabricante estatal de aviões da Índia, é uma das concorrentes da concorrência da Força Aérea Argentina para escolha de um novo caça supersônico.

A empresa oferece o LCA Tejas, um caça leve monomotor que foi desenvolvido durante muitos anos no país e que hoje equipa a Força Aérea Indiana.

No entanto, assim como outros fabricantes já fora da competição, a HAL tem entre seus fornecedores empresas britânicas, como a Martin Baker, especializada em assentos ejetáveis.

Desde a Guerra das Malvinas, há 40 anos, o Reino Unido impõe sanções de equipamentos militares à Argentina, o que impede que o Tejas na sua atual configuração seja fornecido.

O caça indiano utiliza assentos ejetáveis britânicos (Ashwin Kumar)

A saída é substituir os itens por similiares e, segundo a mídia indiana, o assento ejetável do Tejas pode vir de uma fonte polêmica, a Rússia.

Segundo o Zona Militar, os assentos seriam os Zvezda K-36, presentes nos caças MiG e Sukhoi Su-30 da Força Aérea Indiana, com o qual a HAL tem bastante familiaridade.

Mas diante da situação da Rússia, afetada por sanções econômicas do Ocidente após invadir o território da Ucrânia, a hipótese torna-se delicada já que a Argentina pode sofrer pressão de países dos EUA.

F-16 dinamarqueses

O governo Biden, inclusive, está gestando a aprovação da venda para a Argentina de caças Lockheed Martin F-16 aposentados pela Dinamarca.

Caça F-16 da Dinamarca (Anna Zvereva)

Para isso, o governo da Argentina precisará assinar um acordo em que concorda com o aval dos EUA caso no futuro pretenda repassar os caças F-16, uma prática comum nesse tipo de transação.

Embora mais antigos e caros de operar que o Tejas e o concorrente sino-paquistanês JF-17, o F-16 é uma aeronave mais capaz e que seria fornecida em maior número – são cotadas 38 aeronaves contra 12 das propostas da HAL e da PAC-Chengdu.

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A Força Aérea Argentina está sem um caça autêntico desde 2015, quando retirou de serviços seus últimos Dassault Mirage III.

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  1. Já estou até vendo a Argentina se empolgar com as “facilidades” do BRICS e acabar entrando em uma fria com a compra desses novos caças.
    A fome do governo em mostrar algum serviço aos eleitores é enorme, porém o preço dessa fome política pode sair muito caro para um país já deitado na lona.

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