Caça ‘invisível’ russo Su-57 vira alvo de piadas na China
Vídeos que viralizaram nas redes sociais mostram aeronave da Sukhoi de muito perto, revelando uma fabricação pobre que não condiz com exigências para escapar aos radares

A aparição do caça russo Sukhoi Su-57 na China pela primeira vez no último final de semana foi um marco para a aeronave, que seria a primeira de 5ª geração do país.
Mas até aqui tornou-se um vexame para a indústria aeroespacial russa após internautas chineses caçoarem das alegadas qualidades furtivas do projeto.
Durante sua estada em Taiyuan, a caminho de Zhuhai, onde participará do China Airshow, o jato de combate foi cercado por curiosos.
Um deles gravou um vídeo muito perto do Su-57, revelando uma série de detalhes que não condizem com uma aeronave que se diz capaz de evitar ser detectada por radares.

Rebites expostos, juntas mal unidas e desalinhamentos numerosos se acumulam no avião russo e são pontos que deveriam ser evitados em um projeto desse tipo. O normal é que aviões assim sejam ‘lisos’ para evitar pontos que refletem ondas de radar.
Também se nota que as superfícies do Su-57 não tem qualquer sinal de acabamento com RAM (material que absorve radiação).
The Russian Sukhoi Su-57 fighter after arriving in China for the first time. #sukhoi #su57 #zhuhaiairshow pic.twitter.com/qbQDdIuOFZ
— Air Data News (@airwayaviation) November 4, 2024
A Sukhoi não se preocupou nem em esconder o sensor infravermelho ou buracos nos atuadores da extensão do bordo de ataque.
Nas redes sociais chinesas, surgiram diversas comparações com o caça Chengdu J-20, o mais avançado do país, e que há tempos preocupa o Departamento de Defesa dos EUA.

Furtividade questionada há tempos
A falta de qualidade apresentada pela aeronave, o 4º protótipo (T-50-4) construído, não chega a surpreender. Vários especialistas ocidentais têm apontado há tempos que os ditos projetos furtivos russos carecem de tecnologia do gênero.
Embora o Su-57 tenha alguns elementos que seguem a ‘cartilha de furtividade’ como ângulos simétricos, estabilizadores verticais escondidos e um compartimento interno de armamentos, no geral o jato supersônico sugere ser apenas um caça de geração 4,5.
O engodo proposto pela Rússia já havia sido desmascarado após a queda do drone de combate S-70 na Ucrânia. A aeronave é derivada do Su-57 e, como ele, não trazia elementos furtivos como esperado.

Não está claro, no entanto, por que a United Aircraft Corporation (UAC), empresa estatal que tem a Sukhoi em seu guarda-chuva, não investiu nas lições básicas de furtividade, que são conhecidas há décadas.
O abate de um F-117A da Força Aérea dos EUA em 1999 na região da Sérvia foi certamente uma oportunidade para a Rússia ter acesso à tecnologia do tipo, mesmo que de primeira geração.
Pensando bem, a estreia do Su-57 no Zhuhai Airshow pode ter sido uma má ideia para as ambições de exportação do país.