A Real Força Aérea do Canadá (RCAF) encontrou uma forma diferente de prover treinamento para seus pilotos. Em vez de ter um esquadrão próprio para isso, o comando da força decidiu terceirizar o serviço.
Por meio do programa “Future Aircrew Training” (Treinamento Futuro de Tripulação), o governo canadense contratou duas empresas privadas, a SkyAlyne e a KF Aerospace, para fornecer a infraestrutura para esse fim.
As duas empresas estão formando uma frota de aeronaves de treinamento que já conta com o monomotor Grob G 120TP e helicópteros H135, além de simuladores.
Nesta semana, as duas parceiras anunciaram a aquisição de 19 turboélices de treinamento avançado Pilatus PC-21, rival do Embraer EMB-314 Super Tucano.
As aeronaves serão entregues a partir de 2026 e ficarão baseadas em Moose Jaw, Saskatchewan, no sul do país.
“A SkyAlyne está animada por trabalhar com a Pilatus neste importante projeto. O PC-21 oferece inúmeros benefícios em relação às aeronaves de treinamento convencionais e é equipado com aviônicos de ponta para garantir uma transição perfeita para jatos de linha de frente”, disse o executivo sênior da SkyAlyne, Kevin Lemke.
“Este contrato é mais uma prova das capacidades do nosso sistema de treinamento PC-21. O Canadá está entre as forças aéreas mais renomadas e profissionais do mundo, e estamos muito orgulhosos de fazer parte deste projeto inovador”, disse Markus Bucher, CEO da Pilatus.
Turboélice com desempenho de jato
O PC-21 surgiu no início dos anos 2000 com a proposta de oferecer um desempenho de um jato de treinamento em um turboélice simples e acessível.
A ideia era que as forças aéreas pudessem substituir duas aeronaves por uma já que ele é apropriado tanto para instrução básica quanto avançada.
Para obter esse desempenho, o PC-21 possui uma aerodinâmica refinada e pode voar a 624 km/h em velocidade de cruzeiro.
Embora utilize um motor PT-6 similar ao do Super Tucano, o Pilatus é mais veloz, tem razão de subida superior, opera em pistas menores e é mais ágil que o avião da Embraer.
A aeronave da Pilatus, de fato, tem substituído jatos em algumas forças aéreas como na Suíça (no lugar dos BAe Hawk) e Espanha (aposentando os CASA C-101).
Até aqui, quase 250 aeronaves foram entregues para dez clientes, mas o PC-21 perde para o Super Tucano em versatilidade.
O turboélice brasileiro pode ser empregado em diversas missões, o que o torna uma opção mais apropriada para mais forças aéreas.