Catar recebe seus cinco primeiros caças Rafale

Jato de combate da Dassault é um dos vários aviões adquiridos para reforçar a força aérea do país após o embargo de outros países árabes
O primeiro caça Rafale do Qatar: país está aumentando gastos com defesa após crise com a Arábia Saudita (Dassault)
O primeiro caça Rafale do Qatar: país está aumentando gastos com defesa após crise com a Arábia Saudita (Dassault)

A Força Aérea do Catar recebeu nesta semana os cinco primeiros caças Dassault Rafale de uma encomenda de 36 aeronaves. Os aviões vieram da fábrica da empresa na França e pousaram na base aérea de Dukham e foram recebidos pelo Emir catari, o xeque Tamim bin Hamad Al Thani.

O primeiro Rafale havia sido entregue simbolicamente em fevereiro, porém, as aeronaves permaneceram na França para treinamento dos pilotos do Catar. O país possui ainda opção para comprar outros 36 caças.

O emirado árabe tem investido em ampliar suas forças armadas após o boicote liderado pela Arábia Saudita e seguido pelos seus aliados Emirados Árabes Unidos, Egito e Barein em junho de 2017.

Além dos caças da Dassault, o Catar encomendou 24 jatos Eurofighter Typhoon, 36 caças Boeing F-15QA, seis BAE Hawks, 48 helicópteros Boeing AH-64E Apache e 28 NH90 além de quatro C-17 Globemaster e quatro C-130J Hercules para transporte.

Antes do embargo, o Catar era um dos países menos armados da região. A força aérea do país possuía 13 caças Mirage 2000-5 além de alguns treinadores Alpha Jet e PC-21 – a França forneceu 15 Mirage F1 antes disso, mas os caças foram vendidos para a Espanha.

A Arábia Saudita acusou o Catar de dar suporte ao Irã e a movimento islâmicos, o que foi negado pelo emirado árabe.

Clientes após décadas em serviço

O Rafale surgiu na década de 80 como sucessor dos caças Mirages e após fracassar as conversas para desenvolver um avião de combate europeu em conjunto com Inglaterra, Alemanha, Itália e Espanha – e que acabaram seguindo sozinhas no projeto que deu origem ao Eurofighter Typhoon.

O programa de desenvolvimento, no entanto, foi extremamente lento. Se o primeiro protótipo, ainda com configurações preliminares, voou em 1986, a versão de produção decolou apenas em 1991. Foram mais dez anos até que o caça da Dassault entrasse em serviço na França. Desde então, a fabricante tenta vendê-lo no exterior sem muito sucesso até recentemente quando o jato recebeu uma encomenda do Egito, que adquiriu 24 unidades.

Há alguns anos foi a vez da Índia encomendar 36 Rafales após anos de discussões e uma previsão inicial de 126 caças.  O pedido, no entanto, é motivo de protestos de congressistas do país – a promessa do governo é receber o primeiro jato em setembro e concluir as entregas em 2022. A Índia também tem aumentado seus gastos com defesa e recentemente emitiu um novo requerimento para aviões de combate do qual o Rafale é novamente candidato.

Após perder a concorrência da Força Aérea da Bélgica para o Lockheed Martin F-35, a Dassault tem jogado suas fichas num acordo com a Finlândia e Suíça. Até aqui, a produção está garantida até pelo menos 2030.

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O Rafale está em operação na França e no Egito; Qatar e agora a Índia estão da fila de espera (Divulgação)
O Egito foi o primeiro comprador estrangeiro do Rafale (Divulgação)

Veja mais: KC-390 vai estrear com a FAB nas próximas semanas

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  1. Nossa força área esta bem defasada em relação ao mundo moderno,
    Para defender nossa soberania, teríamos que ter pelo menos 200 caças de ultima geração, No entanto para comprar 36 caças demoram quase 10 anos,
    Falta grande investimentos em nossas forças armadas: Espero que com nova mentalidade de nosso Presidente, As coisas tendem a mudar radicalmente:
    Confio plenamente em Bolsonaro::

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