![A sigla CBA 123 significa "Cooperação Brasil-Argentina"; Vector seria o substituto do Bandeirante (Embraer)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Embraer_CBA123_01-960x640.gif)
A ideia foi dos argentinos, mas quem colocou a mão na massa pra valer foi o Brasil. Em 1986, o comandante da Força Aérea Argentina (FAA) visitou as instalações da Embraer e sugeriu uma cooperação entre os dois países para o desenvolvimento de uma aeronave comercial. Nessa mesma época, a fabricante brasileira começava a voltar seus olhos para a aviação regional e tinha planos de criar um novo avião turbo-hélice para substituir o EMB-110 Bandeirante.
A sugestão do comandante argentino foi aceita imediatamente, e, em janeiro de 1986, os então presidentes José Sarney, do Brasil, e Raúl Alfonsín, da Argentina, assinaram um acordo para a construção de uma aeronave pela Embraer e a Fábrica Militar de Aviones (FMA).
A partir de estudos de mercado, foram definidas as especificações da aeronave. O modelo deveria ter cabine pressurizada (o Bandeirante não tinha), espaço para até 19 passageiros, alto padrão de segurança e propulsão fornecida por dois motores turbo-hélice. Para reduzir os custos de desenvolvimentos, o programa foi baseado na plataforma do EMB-120 Brasília.
Devido às semelhanças da nova aeronave com outros projetos da Embraer, a fabricante brasileira planejava criar uma “família” de aeronaves, que começaria com o EMB-120 Brasília e teria em seguida o EMB-123, solução que também previa redução de custos.
![Pusher: os motores do CBA 123 são virados para trás, conceito que reduz o nível de ruído a bordo da cabine (Poder Aéreo)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Embraer_CBA123_04-960x640.gif)
Em maio de 1987, na assinatura com a FAMA (Fábrica Argentina de Material Aeroespacial, novo nome da FMA), a aeronave foi rebatizada de CBA 123 (Cooperação Brasil-Argentina 123). A princípio, o novo avião foi apelidado de “Paraná” pelos argentinos, e de “Tapajós”, pelos brasileiros. No entanto, como o objetivo do programa era atingir o mercado internacional, foi escolhido um nome de fácil pronuncia no exterior. Após um concurso internacional que recebeu mais de seis mil sugestões, o nome escolhido foi “Vector”.
![Um dos protótipos do CBA 123 na linha de montagem da Embraer (Divulgação)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Embraer_CBA-123_1-390x260.jpg)
Avião diferente
O CBA 123 Vector foi apresentado no dia 30 de julho de 1990, em São José dos Campos (SP), em cerimônia que contou com a presença dos presidentes do Brasil, Fernando Collor de Mello, e da Argentina, Carlos Menem, e causou espanto. Era um avião bem diferente, principalmente pela posição dos motores, com as hélices voltadas para trás, conceito conhecido como “Pusher”.
O primeiro voo da aeronave aconteceu antes de sua apresentação, no dia 18 de julho. E o desempenho era interessante: o CBA 123 podia voar a velocidade máxima de 612 km/h com autonomia de 1.800 km. Era uma performance que atendia as necessidades da aviação regional de baixa densidade no início dos anos 1990.
Naquele mesmo ano, o CBA 123 ainda foi apresentado no Festival de Farnborough, na Inglaterra.
![Roll-out do CBA 123, em 1990 (Embraer)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2016/09/25-08-2011_05-57-44_roll-out-390x260.jpg)
Falta de verbas
A partir de 1991, o programa foi interrompido diversas vezes por variadas razões. O CBA 123 era tão sofisticado e avançado que exigia mais investimentos. A Embraer, que ainda era uma empresa estatal (a privatização veio apenas em 1994), enfrentava um período de crise e, para piorar, a FAMA também se encontrava em dificuldades financeiras, além de não contar com um orçamento próprio (a FAMA era uma departamento da Força Aérea Argentina), o que dificultava o repasse de verbas para o projeto conjunto.
Considerado avançado demais para seu tempo, o CBA 123 praticamente não tinha competidores no mundo em termos de velocidade, segurança e silêncio a bordo. Os altos custos do desenvolvimento para época, entretanto, o tornaram pouco competitivo. Não só isso, o mercado de aviação regional já havia tomado outra forma e passou a dar preferência para aeronaves com motor a jato e maior capacidade de passageiros.
Em 1992, o projeto CBA 123 foi cancelado. A Embraer e a FAMA haviam firmado um contrato inicial para adquirir um total de 60 aeronaves, mas apenas dois protótipos foram produzidos e, com a desativação do programa, foram desmontados.
![CBA 123 exposto no MUSAL, no Rio de Janeiro (Poder Aéreo)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Embraer_CBA123_03-960x640.gif)
Restauração dos CBA 123
Em 2008, foi iniciado um processo de restauração dos dois protótipos do CBA 123, como parte das comemorações dos 40 anos da Embraer, em 2009. A revitalização das aeronaves foi concluída em maio e julho de 2009, respectivamente, e em seguida foram apresentados na sede da Embraer.
![O Vector com matrícula PT-ZVE está preservado no MAB, em São José dos Campos (Embraer)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Embraer_CBA123_02-960x640.gif)
Posteriormente, o CBA 123 com matrícula PT-ZVE foi transferido para o Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), em São José dos Campos, e o modelo PT-ZVB foi enviado para o Museu Aeroespecial (MUSAL), em Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.
Apesar do fracasso comercial e de desenvolvimento, o CBA 123 foi essencial para Embraer adquirir conhecimento para desenvolver os jatos da série ERJ, que ajudaram a elevarar a empresa brasileira ao posto de terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, atrás apenas de Airbus e Boeing.
*Imagens gentilmente cedidas pelo website Poder Aéreo.
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Mt bom, não sabia dessa.
http://www.centrohistoricoembraer.com.br/pt-BR/RecuperacaoAeronaves/Paginas/CBA-123-Vector.aspx
o thiago vi que israel lançou um satelite porque a spacex explodiu o satelite deles ,depois fui pesquisar não sei se entendi direito se construiram ou lançaram mas holanda e indonesia ja lançaram satelites queria ver uma materia com os paises que ja lancaram satelites e ano do primeiro lançamento, todos como irã, koreia do norte e como sao e eram todos foguetes tirando união sovietica e eua se não vai ser muito foguete e seus aspectos tecnicos e suas bases de lançamento como eram e como estão, e porque o brasil nao consegue lancar satelites sera que o canada ja lançou alguma coisa
Se ainda hoje o CBA 123 pudesse custar menos do que um jato do mesmo porte, seria perfeito para inúmeras aplicações: resgate e salvamento, patrulha, transporte regional remoto, aviação executiva de custo inferior, agronegócio, etc.