Colômbia reinicia seleção de novo caça; Gripen fabricado no Brasil é opção

Força Aérea do país precisa substituir os antigos Kfir israelenses. Disputam o pedido o Dassault Rafale, o Lockheed Martin F-16 e o caça Gripen E/F, que recentemente entrou em serviço na Força Aérea Brasileira
Rafale, F-16 e Gripen: foco na Colômbia (Divulgação/USAF)

Segundo declarações recentes do vice-ministro da Defesa da Colômbia, Javier Mondragón, a Força Aérea Colombiana (FAC) reiniciou o processo de seleção do novo caça que deve substituir os antigos jatos israelenses IAI Kfir em serviço no país. A informação foi antecipada pelo website Zona Militar.

Em dezembro do ano passado, Bogotá anunciou que tinha uma “pré-negociação” para a compra de caças Dassault Rafale, dando a entender que o avião de combate francês havia sido selecionado pela FAC. Porém, alguns dias depois, o Ministério da Defesa colombiano voltou atrás e informou que a decisão não era definitiva e também passou a considerar a aquisição do novo jato sueco Saab Gripen E, mesmo modelo empregado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Agora, em mais uma atualização do processo de seleção da FAC, Mondragón afirmou que a Colômbia também avalia o Lockheed Martin F-16, opção descartada anteriormente.

Dassault Rafale
Dassault Rafale

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A Força Aérea da Colômbia opera cerca de 19 caças Kfir, que foram desenvolvidos pela IAI tomando como base o jato supersônico Dassault Mirage III. O país até modernizou as aeronaves num processo que terminou em 2017, porém, a idade avançada das células torna sua substituição urgente.

O governo colombiano possuía uma verba aprovada de US$ 678 milhões e tentou fechar um pedido menor com a Dassault pelos Rafales. A fabricante francesa, no entanto, prefere um acordo mais amplo, para 16 aviões. No fim o decreto que liberava os recursos venceu e uma nova concorrência é necessária.

Caça F-16 Bloco 70 (Lockheed Martin)

Saab quer oferecer o Gripen E/F com ajuda brasileira

Consultada por AIRWAY, a Saab afirmou ter grande interesse em fornecer o Gripen para a Colômbia, apoiada na parceria com o Brasil, que acaba de colocar em serviço o caça.

“Se tivermos sucesso com as vendas do Gripen na Colômbia, haverá oportunidades para um maior envolvimento da indústria brasileira em áreas como o desenvolvimento, teste de voo e montagem final na Embraer”, informou a fabricante.

“A fábrica de aeroestruturas da Saab, localizada em São Bernardo do Campo (SP), é responsável pela produção de componentes complexos do Gripen e pela manutenção de seus radares – Em novembro de 2022, a fábrica entregou a primeira fuselagem dianteira do Gripen produzida no Brasil, a peça mais complexa que compõe o caça. Em paralelo, temos os investimentos na infraestrutura e preparação da linha de produção da Embraer em Gavião Peixoto, onde a montagem da aeronave está prevista para começar muito em breve, neste ano de 2023”, c0mplementou a Saab.

Caças Gripen E da Suécia e Brasil (Saab)

A fabricante sueca explicou que o caça Gripen conta com três cockpit displays avançados, o Display de Área Ampla (WAD), o Display de Cabeça (HUD) e o Display de Capacete (HMD) – que são desenvolvidos e produzidos pela empresa brasileira AEL Sistemas.

“No contexto latino-americano, o Brasil é o polo onde queremos fazer o máximo de trabalhos possíveis. A indústria brasileira é parte da cadeia de produção global e, quando vendermos para outros países, se beneficiará disso com certeza. No caso da Colômbia, podemos ter o envolvimento da indústria brasileira em áreas tais como desenvolvimento, produção, manutenção, treinamento e logística, que serão avaliadas, considerando as necessidades da Colômbia”, concluiu a empresa.

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  1. Bom pelo visto a situação tá muito conturbada na Colômbia mas espero que eles escolham logo seu novo caça pois a Venezuela vem atormenta o pobre país mas ser caso o gripen for o escolhido vai aumentar Aínda mais nossa industria e reforçar nossa parceria com a colombia

  2. Seria ótimo para Brasil e Colômbia compartilharem o mesmo modelo de caça.
    Isso contribuiria demais com o desenvolvimento de nossa indústria aeronáutica militar e de quebra facilitaria negociações futuras de armamentos e logística de componentes a ambos os países.
    Espero que ninguém coloque água nesse chopp.

  3. Como vai escolher o Gripen, se nem o Brasil consegue receber os caças. A Colômbia precisa de urgência nesses caças. Tenho certeza que vai acabar ganhando o F16.

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