Declínio populacional do Japão fará ANA substituir o Boeing 737 com o Embraer E190-E2

Mudança demográfica enfrentada há vários anos pelo país tem reduzido demanda em rotas domésticas. All Nippon encomendou 20 aeronaves de 100 assentos

E190-E2 com a pintura da ANA
E190-E2 com a pintura da ANA

Antes planjejada para preencher a lacuna entre os turboélices Dash 8 e os Boeing 737, a frota de jatos E190-E2 da All Nippon Airways (ANA) terá uma missão diferente, substituir os modelos de fuselagem estreita em rotas domésticas do Japão.

O novo perfil operacional das aeronaves da Embraer foi revelado por Shinichi Inoue, CEO da companhia aérea, durante a Assembléia Geral da IATA, em Nova Déli.

E a razão para isso é incomum: com 100 assentos, os E190-E2 devem assumir voos dos 737 de 166 assentos onde a demanda está em queda devido ao declínio populacional japonês.

All Nippon Airways Boeing 737-800 (BriYYZ)

Somente no ano passado, a população não estrangeira caiu 898.000 pessoas, chegando a 120,3 milhões em outubro. A taxa de natalidade do Japão é uma das mais baixas do mundo, causando problemas sociais e econômicos.

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Inoue afirmou que a ANA terá de ser flexível para se adaptar à demanda e por isso considerou o jato regional brasileiro.

Alternativa ao fim do SpaceJet

Em fevereiro, a maior transportadora do Japão anunciou uma grande encomenda de 77 aeronaves da Airbus, Boeing e Embraer.

Foram encomendados 20 E190-E2 com opção para mais 15 aeronaves e que serão entregues a partir de 2028.

Mitsubishi MRJ com a pintura da All Nippon Airways (Divulgação)

O desejo da All Nippon era, no entanto, contar com o SpaceJet, jato regional desenvolvido pela Mitsubishi Aircraft, porém o programa sucumbiu ao alto custo e a problemas para certificá-lo, frustrando uma iniciativa que pretendia recolocar o país no mercado de aviões comerciais.

A empresa aérea tinha como outra alternativa eliminar rotas onde o Boeing 737 não se encaixava, mas preferiu manter as frequências existentes pelo maior tempo possível, disse o CEO.

 

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