Embraer avança em ranking global de empresas militares

Fabricante brasileira ocupa a 81º posição na lista das maiores empresas do setor militar elaborada pelo Instituto de Estocolmo para Pesquisa sobre a Paz
O KC-390 é o maior avião já desenvolvido pela Embraer (FAB)
Colômbia pode ser o próximo cliente do Embraer KC-390 (FAB)
Numa só tacada, o KC-390 pode substituir três tipos de aeronaves na Nova Zelândia (FAB)
O cargueiro KC-390 é atualmente o principal produto da Embraer no setor de aviação militar (FAB)

A Embraer avançou dez posições no ranking das maiores empresas do setor militar no mundo e passou para a 81º colocação. A lista foi divulgada nessa segunda-feira (11) pelo Instituto de Estocolmo para a Pesquisa sobre a Paz (SIPRI, na sigla em inglês), organização independente da Suécia que vem compilando os dados do segmento bélico desde 2002. A pesquisa mais recente mostra o desempenho das vendas de armas em 2016.

Segundo o ranking do SIPRI, as vendas de produtos da Embraer no setor militar passaram de US$ 839 milhões em 2015 para US$ 930 milhões no ano passaso. A pesquisa também aponta que o segmento bélico representa 15% de todos os negócios da empresa brasileira que, em 2016, registrou lucros de US$ 168 milhões com a venda de armamentos.

A pesquisa também mostra que o aumento no ritmo das vendas da Embraer no setor, de 10,8% em 2016, é maior que a média de crescimento registrado por empresas dos Estados Unidos, Rússia e Europa. Somadas, as empresas norte-americanas registraram no mesmo período uma elevação de 4%, enquanto companhias europeias cresceram 0,4% e as russas subiram 3,6%.

As 10 primeiras colocações são praticamente dominadas por empresas dos EUA, como a Lockheed Martin, classificada em primeiro, seguida da Boeing e a Raytheon. As exceções são a BAE Systems, do Reino Unido, na 4º posição, o grupo europeu Airbus, em 7º, a Leonardo, da Itália, em 9º, e a Thales, da França, na 10º colocação.

Produtos bélicos da Embraer

“Embraer Defesa & Segurança”, é assim que a Embraer se apresenta no mercado de artigos bélico. E o grupo brasileira não vive apenas de construir aeronaves nesse setor, como o avião de ataque Super Tucano e o novo cargueiro KC-390.

Além da FAB, o Super Tucano também é operado pelas forças armadas de outros 11 países (Embraer)
Além da FAB, o Super Tucano também é operado pelas forças armadas de outros 11 países (Embraer)

A Embraer também desenvolve e fornece, por meio de suas subsidiárias, uma série de produtos de uso militar. A Bradar, por exemplo, produz radares, enquanto a Atech desenvolve sistemas de vigilância e controle aéreo. Outro braço do grupo brasileiro é a Visiona, que projeta equipamentos espaciais.

Mercado bélico volta a crescer

Após cinco anos consecutivos de quedas no mercado de artigos militares, a pesquisa do SIBRI voltou a registrar crescimento no setor. Segundo a organização, o segmento movimentou um total de US$ 374,8 bilhões em 2016, volume 1,9% superior ao de 2015.

A Lockheed Martin, líder do ranking, cresceu 10,7% com uma movimentação de US$ 40,8 bilhões em 2016. O grupo americano, que lidera a pesquisa de forma consecutiva desde 2009, ganhou ainda mais força ao adquirir a fabricante de helicópteros Sikorsky, no final de 2015. Outra parte que contribuiu para o avanço da empresa no período foi o início das entregas dos novo caça F-35.

O F-35 é um caça "stealth", capaz de voar sem ser detectado por radares (Divulgação)
As primeiras entregas do caça F-35 impulsionaram o crescimento da Lockheed Martin em 2016 (Divulgação)

De acordo com o SIBRI, as empresas dos EUA respondem por 57,6% de todas as negociações dos 100 maiores nomes do setor militar em 2016, com vendas na casa dos US$ 276 bilhões. Já a Rússia, cujo principal representante na lista é o grupo UAC, na 13º colocação, tem uma participação de apenas 7,1% no mercado global de armamentos.

“A grande dificuldade economica experimentada pela Rússia em 2016 contribuiu para diminuir o ritmo de crescimento das vendas das companhias locais”, disse Siemon Wezeman, pesquisador do SIPRI.

A pesquisa também tem a categoria “Produtores Emergentes”, que cobre companhias de países como o Brasil, Índia, Turquia e da Coreia do Sul, país de maior destaque desse grupo em 2016. Segundo a organização, as empresas sul-coreanas do setor militar combinadas apresentaram uma alta de 20,6%, com US$ 8,4 bilhões em vendas.

Sukhoi SU-35: a família Flanker sempre soube aproveitar as lições da supermanobrabildiade
A Sukhoi, que produz o caça Su-35, é uma das empresas do grupo UAC, da Rússia, 13º colocado no ranking (Divulgação)

“As percepções de ameaças contínuas e crescentes impulsionam as aquisições de equipamentos militares da Coreia do Sul e está se voltando cada vez mais para a sua própria indústria para alimentar sua própria demanda de armas”, completa Wezeman.

A Embraer é a única empresa da América Latina presente na pesquisa da SIPRI, que divulga uma lista com 100 nomes. A fabricante brasileira é citada pela organização desde 2010, quando apareceu pela primeira vez entre as maiores empresas do setor militar, na 100º colocação. A melhor posição obtida pelo grupo brasileiro no ranking foi a 62º colocação, em 2014.

O download do ranking completo está disponível no site do SIBRA.

Veja mais: Marinha do Brasil decide comprar porta-helicópteros britânico, aponta jornal

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