Marinha do Brasil decide comprar porta-helicópteros do Reino Unido, aponta jornal
Avaliado em R$ 350 milhões, HMS Ocean pode navegar transportando veículos blindados, helicópteros e aviões de decolagem vertical


A Marinha do Brasil está negociando a aquisição de um novo navio capitânia, o HMS Ocean L12, hoje na fase final de operação com a Marinha do Reino Unido. Segundo reportagem do jornal o Estado de São Paulo, a embarcação britânica, em serviço há 20 anos, será vendida por 84,6 milhões de libras esterlinas, cerca de R$ 350 milhões.
O HMS Ocean é classificado como “navio de ataque anfíbio”, categoria também conhecida como “porta-helicópteros”. A embarcação de 203 metros de comprimento e deslocamento de 21,5 mil toneladas foi projetada para transportar tropas, veículos blindados, helicópteros ou até mesmo aviões VSTOL, capazes de pousar e decolar na vertical no convés do barco, como o casos dos caças Harrier e o F-35.
O aval para a marinha brasileira iniciar a negociação pela embarcação britânica veio do Ministério da Defesa na semana anterior, como apontou primeiramente o site Forças de Defesa. A embarcação está programada para ser descomissionada no Reino Unido em março de 2018. Logo em seguida, oficiais do almirantado brasileiro poderão inspecionar os equipamentos e sistemas do navio antes de sua transferência de comando.
O embarcação britânica pode levar 18 helicópteros para diferentes tarefas. Alguns dos aparelhos que operam atualmente embarcados no HMS Ocean é o helicóptero de ataque AH-65 Apache e o modelo de transporte CH-47 Chinook. Em missões com a OTAN, o navio inglês também já recebeu o convertiplano OV-22 Osprey da Marinha dos Estados Unidos.
O porta-helicópteros também pode ser convertido para realizar missões humanitárias. Recentemente a HMS Ocean foi deslocado para Caribe para transportar mantimentos até as áreas afetadas pelos furacões Irma e Maria.

Depois de concluídos os tramites de negociação e treinamento de oficiais brasileiros, o navio britânico deve ser declarado operacional pela Marinha do Brasil em 2020. Segundo apuração do site Poder Naval, o navio deve ser batizado como “Rio de Janeiro”.
O último porta-aviões da Marinha do Brasil foi o NAe São Paulo, adquirido no ano 2000, não navegava desde 2014 e foi oficialmente desativado em fevereiro deste ano, após a corporação desistir de reformá-lo, algo que custaria mais de US$ 1 bilhão. Os atuais caças navais do Brasil, os modelos AF-1 (designação da Marinha do Brasil para o veterano A-4 Skyhawk), não podem operar a partir do HMS Ocean, pois dependem de catapultas para decolar e cabos de contenção para o pouso, componentes que o navio britânico não possui.
Ficha de combate
O HMS Ocean fez parte da força de combate britânica deslocada para a Guerra do Iraque, em 2003. A embarcação também já causou um pequeno incidente diplomático em 2002, quando acidentalmente “invadiu” a Espanha ao atracar na praia de San Felipe, depois de seus comandantes confundirem a região com o território britânica de Gibraltar.
Nota do editor: o Airway vem consultando a Marinha do Brasil sobre a aquisição do HMS Ocean desde julho deste ano, mas até o momento não obteve um retorno do departamento de comunicação da corporação.
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