Embraer espera por motor adequado para lançar novo turboélice de passageiros

Projeto de avião turboélice de última geração da Embraer segue congelado à espera de uma solução para a motorização
Projeto de turboélice da Embraer está congelado até 2030 (Embraer)

O tão esperado turboélice de passageiros de nova geração da Embraer, o projeto TPNG anunciado em 2019 continua congelado, como indicou hoje (14) o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, em teleconferência sobre os resultados financeiros da fabricante.

“O turboélice está ‘on hold’ (em espera), pendendo de uma solução para a motorização. O programa não foi abandonado. Está sim ainda nos planos da Embraer ter um avião tipo o turboprop (turboélice) que nós anunciamos o desenvolvimento há algum tempo atrás”, disse Gomes Neto.

Em maio deste ano, o próprio presidente da Embraer já havia comentado sobre o assunto à agência Reuters. “Ainda não encontramos a solução de motor certa”, disse o executivo na época, justificando o pausa no projeto.

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Nem a Pratt & Whitney, que é o maior fabricante de motores turboélices, apresentou uma solução para o novo projeto da Embraer que visa concorrer com os aviões da franco-italiana ATR, que hoje domina esse nicho. Outro fornecedor poderia ser a Rolls-Royce, apesar da pouca tradição nesse ramo, enquanto a General Electric preferiu não participar do desenvolvimento.

A Embraer não detalha, por ora, quais são os requisitos para o motor turboélice mais adequado para o TPNG, que é pensado para transportar entre 70 e 90 passageiros. O fato é que a aviação, assim como outros modais de transporte, deve experimentar uma revolução das tecnologias de propulsão nos próximos anos, como a introdução de motores elétricos, sistemas híbridos-elétricos e até geradores alimentados por hidrogênio.

O novo turboélice da Embraer deve aproveitar a fuselagem dos E-Jets para acelerar o desenvolvimento do projeto (Embraer)
O novo turboélice da Embraer deve aproveitar a fuselagem dos E-Jets para acelerar o desenvolvimento do projeto (Embraer)

Não só isso, essa mudança radical, esperada já para a próxima década, vai começar pelos segmentos de acesso da aviação comercial, incluindo aí os aviões turboélices por serem menores e mais flexíveis para receber mudanças mais expressivas. Portanto, lançar um turboélice convencional neste momento de grandes mudanças à vista não seja mais interessante.

Arjan Meijer, presidente e CEO da divisão Embraer Aviação Comercial, indicou, em entrevista ao Aviation Week em maio deste ano, que o lançamento do turboélice avançado poderia ocorrer somente no “início da década de 2030”.

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  1. Por eliminação, a RR está quebrada financeiramente, a P&W sempre com problemas de confiabilidade e tb atual fornecedora dos ATRs, que poderia rapidamente adaptar esses motores no frame atual e competir com a EMB. Sobra a GE, que declinou, eles possuem tecnologia de motores turboprop com a maioria dos componentes impressos em 3D, isso trás economia de combustível na casa dos 2 dígitos %, e equivalente redução de peso, reduz drasticamente o número de peças do motor reduzindo assim os custos. Fora isso a GE tb tem o RISE.

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