Empresa britânica diz que pode lançar avião híbrido-elétrico até 2028
Startup Electric Aviation Group apresentou planos para produzir um avião comercial com motorização híbrida para transportar 70 passageiros


Há quem diga que os aviões comerciais com motorização híbrido-elétrica devem chegar aos aeroportos somente na década de 2030 ou além. Já para a startup britânica Electric Aviation Group (EAG), esse conceito deve virar realidade em questão de poucos anos.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 20, a EAG anunciou planos otimistas (talvez até demais…) para fabricar um avião regional híbrido elétrico de 70 lugares e que ele estará pronto para entrar em serviço em 2028.
De acordo com a empresa, as aeronaves regionais híbridas elétricas, que ela chama de HERA (Hybrid-Electric Regional Aircraft), poderão realizar decolagens e pousos curtos e oferecerão alcance de até 1.481 km (800 milhas náuticas). A EAG também diz que espera lançar um avião comercial totalmente elétrico por volta de 2030, conforme as tecnologias de baterias evoluírem.
A EAG ainda não especificou como será o sistema de propulsão do HERA, mas adiantou que a aeronave terá um recurso chamado GATOR (Gear Assisted Takeoff Run) para auxiliar em decolagens curtas e reduzir o consumo de energia elétrica nessa fase do voo.
Em entrevista ao AIN, o fundador e CEO da EAG, Kamran Iqbal, disse que a empresa pretende construir uma aeronave de demonstração usando como base o turboélice Dash 7 ou Dash 8 da De Havilland Canada, que deve ser testado em meados de 2024.

Iqbal estimou que ser]ao necessários US$ 5 bilhões para produzir o HERA em série. A empresa está buscando capital por meio de uma combinação de financiamento do governo britânico e de investidores do setor privado.
“Investimentos significativos foram levantados para o desenvolvimento de aeronaves híbridas e elétricas com menos de 19 assentos, o que acreditamos ser a estratégia errada”, disse Iqbal. “Esses pequenos aviões não podem atender às demandas do transporte aéreo de massa ou aos requisitos de descarbonização.”
A Faradair, com sede no Reino Unido, anunciou recentemente que construirá a aeronave híbrida Bio Electric. O avião para 18 passageiros entraria em serviço em 2026, oferecendo alcance de até 1.852 km (1.000 mn). A empresa também planeja introduzir uma versão totalmente elétrica até 2030.
A EAG alega possuir 25 patentes de várias tecnologias para aplicar no HERA. Os planos exigem que a aeronave tenha um peso máximo de decolagem de 55.000 libras (24.947 kg), velocidade de cruzeiro na faixa dos 275 nós (509 km/h) e capacidade para operar em pistas com menos de 1.220 metros de comprimento.
“Esperamos que este seja um ótimo exemplo de projeto, engenharia e construção britânicos”, disse Iqbal. “O desenvolvimento do HERA não apenas ajudará o Departamento de Transportes do Reino Unido a acelerar seus objetivos de redução de carbono, mas também ajudará a criar oportunidades de emprego muito necessárias na indústria aeroespacial de fabricação, engenharia e serviços pós-Brexit. Isso representa o futuro dos vôos de passageiros e de carga internacionalmente e, como oportunidade de investimento, não poderia ser mais oportuno.”
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