EUA podem cancelar aviões-radar Boeing E-7 Wedgetail e apostar em satélites para vigilância aérea
Força Aérea dos EUA planeja cortar verbas do programa no Orçamento de 2026 e encomendar cinco E-2D Hawkeye como solução temporária

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos planeja cancelar o programa de aquisição do E-7 Wedgetail, aeronave de alerta aéreo antecipado desenvolvida pela Boeing, como parte do orçamento de 2026 da Força Aérea.
A decisão foi confirmada por um alto funcionário do Pentágono, que citou atrasos significativos, aumento de custos e vulnerabilidade frente a ameaças antiaéreas avançadas como os principais motivos.
A mudança marca uma reviravolta em um dos principais programas da Força Aérea dos EUA (USAF), que previa a substituição dos antigos E-3 AWACS, da década de 1970, por 26 E-7 Wedgetail.
Apenas dois protótipos haviam sido contratados até agora, ao custo de US$ 2,6 bilhões – valor que subiu para US$ 3,6 bilhões segundo o Escritório de Contabilidade do Governo dos EUA (GAO), além de um atraso de 9 meses no primeiro voo.

Como alternativa, o Pentágono pretende adquirir cinco aeronaves E-2D Hawkeye da Marinha e, a médio prazo, transferir a missão de rastreamento aéreo para satélites, um plano que vem sendo criticado por parlamentares e especialistas em defesa.
O Congresso ainda pode barrar o cancelamento, e já incluiu US$ 500 milhões para o E-7 no projeto orçamentário da Câmara. Autoridades temem perda de capacidade operacional, impacto em empregos e um vácuo na gestão do espaço de batalha.
A USAF decidiu adquirir os E-7 Wedgetail tardiamente apenas em 2022, em meio ao desgaste e obsolescência dos E-3 Sentry.

Desenvolvido a pedido da Austrália, o E-7 Wedgetail é equipado com uma antena de radar AESA fixa na parte superior da fuselagem. O equipamento pode monitorar o espaço aéreo em 360º de forma sintética, diferentemente do radar montado em um disco giratório do Sentry.