EUA teriam suspendido venda do motores para jatos chineses da COMAC
Medida pode afetar produção das aeronaves C909 e C919, que usam turbofans da GE e CFM

O governo Trump suspendeu as licenças para que empresas dos EUA possam vender motores turbofan para a fabricante estatal chinesa COMAC, afirmou o jornal The New York Times.
A medida seria uma resposta às restrições chinesas à exportação de minerais críticos, alegando que as tecnologias desses e outros produtos são críticas aos EUA.
À Reuters, o Departamento de Comércio reconheceu que está revisando algumas licenças ou então estabelecendo mais requerimentos para autorizar as vendas.
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A suspensão pode comprometer a produção dos jatos comerciais C909 e C919, que dependem de vários fornecedores ocidentais, sobretudo motores.

O jato regional C909 (ex-ARJ21) é propulsionado pelo conhecido turbofan CF-34, da GE, mesmo motor usado pelo Embraer E175, por exemplo.
Já o C919 utiliza o Leap-1C, fornecido pela CFM, uma joint venture entre a mesma GE e a francesa Safran.
Motor chinês atrasado
Enquanto o C909 atua num nicho disputado apenas pelos jatos da Embraer, o C919 é uma alternativa aos populares Boeing 737 MAX e Airbus A320neo.

Com capacidade para cerca de 160 assentos, a aeronave de fuselagem estreita completou dois anos em serviço nesta semana e tem 19 exemplares entregues.
Mas a ambição da COMAC é ampliar sua produção para dar conta da demanda de centenas de aviões para empresas aéreas chinesas e, sobretudo, colocar o C909 como um player global, apostando num preço mais baixo que os rivais ocidentais.
Os planos do governo Xi Jinping, no entanto, esbarram na falta de motores chineses nessas categorias.
Há um turbofan da classe do Leap-1C em desenvolvimento na China, o CJ-1000A, mas ele até o momento só voou em aeronaves de testes.