Os programas europeus GCAP e FCAS, que hoje desenvolvem caças de 6ª geração, poderão se unir no futuro, acredita Guillaume Faury, CEO da Airbus, uma das empresas envolvida nos projetos.
Em entrevista nesta quarta-feira, 15, o executivo-chefe considerou a união dos dois programa como a “maneira inteligente” de fazer as coisas.
“Cada país poderia contribuir com sua capacidade financeira e tecnológica para um programa maior para a Europa, porque é disso que precisamos no final”, disse Faury, segundo a Reuters.

Atualmente a Grã-Bretanha, a Itália e o Japão são sócios no Global Combat Air Programme (GCAP) enquanto a França, Alemanha e Espanha tentam levar à frente o FCAS (Future Combat Air System).
Embora os requisitos de todos os países sejam bastante similares, a disputa pela liderança nos programas impediu um entendimento mais amplo.
Os sócios do GCAP, no entanto, parecem estar em vantagem em meio à criação de uma empresa com participação igual que fará a gestão do projeto.

O FCAS, por sua vez, vem de desentendimentos entre os dois principais fabricantes, a Airbus e a Dassault, tradicional fornecedora de caças.
As diferenças teriam sido resolvidas, mas o programa tem levado mais tempo para atingir seus marcos.
Restrições orçamentárias
Segundo Faury, a janela para que uma decisão de união seja feita serão “os próximos dois anos”, antes que os projetos sejam concluídos.
Ele enxerga grandes sinergias mesmo que ambos sigam separados. Com restrições orçamentárias, os governos acabariam chegando à conclusão que trabalhar juntos seria a melhor – e talvez única – saída.

A divisão de trabalho com tantos players, no entanto, pode ser novamente um empecilho para o projeto europeu de não depender de tecnologia dos Estados Unidos.
Nos últimos anos, o caça de 5ª geração Lockheed Martin F-35 Ligntning II tem vencido todas as concorrências na Europa, superando caças de geração anterior como o Dassault Rafale, o Eurofighter Typhoon e o Saab Gripen.
Se a Europa assim desejasse poderia ter duas aeronaves de ponta.
O problema não é grana, mas sim as pessoas que abrem o cofre.
Essa letargia vai custar caro se esses países realmente precisarem de aviões modernos.