Força Aérea Brasileira corta mais três KC-390 de encomenda com a Embraer
Aeronáutica e fabricante chegaram a acordo para receber 19 aviões em vez dos 28 originais
A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Embraer chegaram a um novo acordo de redução do pedido inicial de 28 jatos multimissão KC-390. Após ter cortado a encomenda para 22 aviões agora o atual Comando da Aeronáutica conseguiu eliminar mais três unidades.
Com isso, a Embraer entregará apenas 19 KC-390 Millennium, nove a menos do que o planejado por outras gestões. Os termos do novo aditivo contratual, no entanto, estabelecem que não existirá mais a possibilidade de “reduções unilaterais nos termos da lei”.
“A celebração dos aditivos concluem de forma bem sucedida as negociações entre as partes a respeito dos Contratos. As alterações aos Contratos preservam o fluxo de caixa da Companhia, asseguram a viabilidade econômica e financeira do projeto KC-390 Millennium e não alteram e não comprometem o guidance da Companhia para o ano de 2022″, diz o fato relevante assinado pelo Vice-Presidente Executivo Financeiro da Embraer, Antonio Carlos Garcia.
Ainda segundo a nota, a Embraer irá distribuir a entrega das unidades remanescentes pelo mesmo período do cronograma original, de 28 aeronaves.
O desenvolvimento do KC-390 foi um pedido da Força Aérea Brasileira à Embraer como um substituto dos turboélices C-130 Hercules, seguindo o exemplo de parcerias anteriores que culminaram com a entrada em serviço de aeronaves nacionais e que também lograram sucesso no exterior como o EMB-110 Bandeirante e os aviões de treinamento EMB-312 Tucano e EMB-314 Super Tucano, entre outros.
O governo federal e a fabricante brasileira assinaram dois contratos em 2014, o primeiro que tornava a Aeronáutica parceira do projeto, e o segundo que envolvia a encomenda de 28 KC-390.
Tudo começou a mudar no ano passado quando o atual Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Baptista Junior, assumiu o cargo após a demissão da cúpula militar durante uma crise.
Desde então, o novo comandante tem imprimido uma gestão personalista, focada em ampliar gastos com os caças Saab Gripen e a compra de aeronaves Airbus A330-200 para serem convertidas para o padrão MRTT. Ao mesmo tempo, Baptista Junior, alegando restrições orçamentárias, encerrou projetos como o de um avião híbrido, além de tentar reduzir o pedido de KC-390 pela metade.
Com a nova redução nos pedidos, o Millennium passa a ter 31 aeronaves encomendadas. São 19 do Brasil, cinco de Portugal, cinco da Holanda e duas da Hungria.
