Itapemirim anuncia investimento de R$ 2 bi para criação da companhia aérea

Presidente do grupo Itapemirim diz que já encomendou 35 aeronaves da Bombardier; primeiro avião será entregue em 2021
(JetPix)
Boeing 727 da Itapemirim Cargo, companhia do grupo Itapemirim que operou de 1991 até o ano 2000 (JetPix)

O empresário Sidnei Piva, presidente do grupo Itapemirim, anunciou um aporte de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões) de um dos fundos soberanos dos Emirados Árabes Unidos para a criação de uma companhia aérea, informou hoje o jornal Folha de São Paulo.

Piva é um dos empresários que acompanha o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), na missão empresarial ao país no Golfo Pérsico com o objetivo de atrair investimentos para companhias paulistas.

O presidente da Itapemirim antecipou ao jornal que já foram encomendadas 35 aeronaves da Bombardier com dois tipos de configuração de cabine: 15 modelos com capacidade para cerca de 80 passageiros e o restante para 100 ocupantes. Piva não especificou quais são as aeronaves, mas pelo número de assentos mencionado é provável que sejam jatos regionais da linha CRJ.

Segundo o empresário, a primeira aeronave será entregue em 2021. Piva ainda disse que pretende oferecer um serviço integrado de ônibus e avião para transporte de cargas e passageiros. “Algo que não existe em outro lugar do mundo”, afirmou.

O plano da Itapemirim também inclui participar das duas concessões dos 21 aeroportos regionais do estado de São Paulo. “Nossa meta é adquirir um ou os dois lotes que o governo de São Paulo acaba de lançar”, disse o empresário.

Itapemirim já atuou no setor aéreo

O interesse da Itapemirim pela aviação não é de hoje. Famosa no setor de transporte rodoviário com a Viação Itapemirim, o grupo sediado em Cachoeiro de Itapemirim (ES) já teve uma companhia aérea, a Itapemirim Cargo.

A empresa aérea da Itapemirim operou entre 1991 e 2000, quando teve sua licença cassada pelo Departamento de Aviação Civil (órgão que antecedeu a ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil). A companhia chegou a operar seis jatos Boeing 727 configurados como cargueiros.

Em julho de 2017, a Itapemirim anunciou que iria assumir o controle da Passaredo (atual VoePass) e expandir os negócios da companhia aérea de Ribeirão Preto com mais voos e a aquisição de novas aeronaves. A transação, porém, foi cancelada dois meses depois.

Veja mais: Airbus assume participação da Bombardier no programa A220

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  1. Além de fanfarrão, este empresário compra aeronaves do exterior na cara do governador joão Dória? Pelo tipo de aeronave que ele quer, temos a Embraer e ele vai comprar da Airbus?

  2. Acho bem triste a opção pela aquisição ou leasing de aeronaves Bombardier, ainda mais se tratando da linha CRJ já defasada no mercado em vista dos excelentes produtos da Embraer, especialmente nas linhas E2 …

    Poderíamos novamente ter uma linha aérea nacional iniciando as operações de um novo modelo nacional E175E2 que se encaixaria perfeitamente nesta demanda de assentos …

    Enfim, aguardemos o nascer ou não de uma nova companhia aérea nacional nestas terras tão favoráveis para a aviação.

  3. Lamentável a opção deste tipo de aeronave, tendo a possibilidade de adquirir as aeronaves E2-175 ou ou mesmo a geração antigo E-175. Eu serei um dos que não irá utilizar está companhia, até porque eles escolheram aeronaves que são concorrentes diretos da Embraer.

  4. O Embraer 195 é um excelente avião.. pra eles optarem por um “Bombarbus”, é pq o desconto deve ter sido bastante agressivo. No mundo dos negócios, não tem isso de escolher produto X ou Y só pq é do seu país, você vai naquele que seja economicamente mais interessante pra sua empresa. Boa sorte para a Itapemirim, quanto mais concorrência, melhor.

  5. Sério mesmo que alguém vai escolher usar uma Cia aérea pelo modelo de avião e não pela comodidade ou preço das passagens? Nenhuma Cia é obrigada o comprar ou alugar aeronave por patriotismo, isso não existe no mundo corporativo. A própria Azul iniciou a renovação de sua frota com aeronaves da europeia Airbus e, antes disso introduziu os também europeus ATR’S sem falar nos Norte Americanos Boeings 737 voltados pro negócio de cargas e, só pra constar, a empresa nacional Embraer que tanto impuciona o patriotismo desenfreado, lembrado somente em casos convenientes, só é 5% brasileira porque o governo detém a Golden Share, os outros 95% já são de sócios americanos desde sua privatização e desestatização e essa joint venture com a Boeing entrega 80% de todo o setor de aviação comercial da Embraer para os americanos. Todo esse patriotismo não traz benefício pro consumidor e pro mercado. Boa sorte a nova cia se realmente vingar seja com qual aeronave for, que crie oportunidades de trabalhos para tripulante e mecânicos e pra todo o público em geral, que gere concorrência, traga preços acirrados e promova o transporte aéreo a todos os brasileiros em todas as classes sociais! Abraços

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