KC-Z4, o avião que pode resolver o problema de para reabastecimento aéreo da USAF

Aeronave de fuselagem de asa mista desenvolvida pela startup JetZero seria capaz de abastecer seis vezes mais que um KC-46 mas desafios de produção persistem em torná-la real

O KC-Z4 abastece um B-2 em projeção
O KC-Z4 abastece um B-2 em projeção (JetZero)

A Força Aérea dos EUA (USAF) perdeu um ativo importante em seu inventário de aviões-tanque no ano passado quando o último KC-10 Extender foi aposentado.

O enorme widebody de três motores desenvolvido a partir do jato comercial DC-10, da McDonnell Douglas, era um trunfo para o serviço e para muitos ainda não tem um sustituto à altura, apesar da chegada do Boeing KC-46A Pegasus.

Mas para a startup JetZero, a solução existe e se chama KC-Z4. Versão de reabastecimento aéreo do jato bimotor de passageiros que a empresa desenvolve, a aeronave utiliza o conceito de asa mista (blended-wing) para propôr um desempenho muito mais eficiente que os atuais aviões.

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A “mágica” está justamente no enorme volume interno proporcionado pela sua configuração que, de quebra, ainda garante grande sustentação e baixo arrasto, além de baixa seção transversal de radar que a torna quase ‘invisível’.

O último KC-10 Extender sai de serviço na Força Aérea dos EUA

O conceito não é novo e foi testado pela NASA e algumas empresas nas últimas décadas, mas nunca entrou em produção em série.

A JetZero quer resolver isso oferecendo o Z4 para companhias aéreas, mas também de olho em um contrato com o governo.

A USAF já contratou a empresa por um valor de US$ 235 milhões para construir um demonstrador em escala real que deve ficar pronto em 2027.

Segundo a empresa disse à Air Forces Magazine, o projeto passará por uma revisão crítica e então pela seleção do local de produção.

A JetZero diz que o KC-Z4 seria seis vezes mais capaz que um KC-46 (JetZero)

Seis F-35 em vez de um

O KC-Z4 não só resolve o dilema de reabastecer mais aviões em distâncias maiores, mas também poderá transportar mais carga, decolar de pistas mais curtas e consumir cerca de 50% menos combustível que os atuais aviões de tubo e asa.

Um potencial avião-tanque da JetZero seria capaz de voar por 7.400 km para entregar 27,2 mil litros de combustível para seis caças F-35, explicou Nate Metzler, chefe de programas estratégicos e parcerias da JetZero. Um KC-46 só seria capaz de fazer o mesmo com um F-35.

O grande desafio da JetZero, no entanto, é colocar em prática a produção da aeronave de asa mista.

Novo KC-46 entregue à USAF (Boeing)

Como uma iniciativa ainda pequena, a empresa sediada na Califórnia depende de grandes investimentos para tirar do papel uma linha de montagem do Z4 e conseguir oferecê-lo a um preço atraente por ele.

Além disso, por ser um conceito inédito, não só a montagem mas a certificação certamente será um processo complexo, o que pode colocar a meta de entregas para um futuro muito distante.

NGAS

E a Força Aérea dos EUA tem pressa. A despeito das entregas do KC-46, a frota de quadrimotores KC-135 não é eterna e logo muitos deles terão de ser retirados de serviço.

Há estudos para um avião-tanque furtivo, o Sistema de Reabastecimento Aéreo de Próxima Geração (NGAS), cujos requerimentos poderão se encaixar na proposta da JetZero.

A Scaled Composites, que construiu o ‘Roc’ fará o demonstrador da JetZero (Stratolaunch)

Por enquanto a empresa está focada em construir o demonstrador, trabalho a cargo da Scaled Composites, que recentemente montou o ‘Roc’, o gigantesco avião lançador de veículos hipersônicos da Stratolaunch.

O protótipo, no entanto, será equipado com dois antiquados turbofans Pratt & Whitney PW2000 similares ao do C-17. Para uma aeronave de produção em série que pretende ser econômica, certamente outro motor será preciso.

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