Mais moderno avião comercial do mundo, Boeing 787 não tinha acidente fatal desde estreia
Aeronave widebody está em serviço desde 2011 e foi concebida com avanços tecnológicos como estrutura em material composto, asas e motores mais eficientes e aviônica de última geração

A queda do jato da Air India em Ahmedabad na manhã desta quinta-feira pôs fim a uma folha impecável de serviços do Boeing 787 Dreamliner, aeronave mais avançada atualmente da aviação comercial, junto ao Airbus A350.
O widebody desenvolvido no começo dos anos 2000 estreou em serviço em 2011 com a japonesa All Nippon Airways e desde então não havia sofrido nenhum acidente fatal.
Atualmente há quase 1.200 desses jatos nas variantes 787-8 (que caiu), 787-9 e 787-10 em operação no planeta.
Segundo a Boeing, eles acumularam quase 5 milhões de voos com mais de 30 milhões de horas voadas. Viajaram nessa frota mais de 1 bilhão de passageiros, disse a empresa no começo de junho.

A planemaker tem ainda 948 pedidos pela aeronave pendentes de entrega e o produz na fábrica de Charleston, na Carolina do Norte.
Concepção avançada
O 787 é o último avião comercial projetado pela Boeing de um papel em branco já que os atuais programas são baseados em aeronaves existentes, como o 777X.
O widebody surgiu em 2003 como “7E7” após a Boeing abandonar o ousado projeto Sonic Cruiser. No ano seguinte, o programa foi lançado com uma encomenda de 50 jatos pela ANA.
A meta da fabricante era colocar no mercado uma aeronave widebody capaz de substituir o bem sucedido 767 e oferecer uma nova experiência de voo para os passageiros, além de economia operacional para seus clientes.

Para isso, o 787 receber uma estrutura majoritariamente feita em material composto, asas de desenho aprimorado, motores mais avançados e econômicos e aviônicos de última geração.
As janelas da cabine principal são mais amplas e o sistema de pressurização, mais confortável, o que significou um ganho de qualidade para os passageiros.
O primeiro Dreamliner, como foi chamado, voou em dezembro de 2009 e apenas 22 meses depois estreou seu primeiro voo comercial.
Início turbulento
Mas nem tudo foram flores para o 787 e a Boeing. Atrasos e problemas técnicos mancharam o início de carreira da aeronave, que viu até baterias de íon de lítio derreterem a bordo.

Aos poucos, a aeronave passou a ganhar volume e ser escolhida por mais operadores, mas as dificuldades persistiram com falhas na linha de montagem, defeitos em motores e muito tempo no solo para revisões.
A despeito disso, o 787 Dreamliner tem aos poucos vencendo esses obstáculos e os 14 anos de operação segura evidenciam o acerto do projeto.
Resta, no entanto, buscar as razões do triste acidente na Índia para que as correções necessárias sejam feitas.