Marinha do Brasil estuda a possibilidade de comprar caças F/A-18 Hornet

Mesmo sem possuir um porta-aviões, marinha brasileira estaria propensa a encerrar revitalização dos caças A-4 (AF-1 Falcão) e apressar o reequipamento da aviação naval de combate
(USN)
Os caças-bombardeiro F/A-18 estão em serviço nos EUA desde 1983 (USN)

Durante a cerimônia de troca de comando na Diretoria Geral do Material da Marinha (DGMM), realizada na última sexta-feira (10) no auditório do Arsenal de Marinha do Brasil (MB) no Rio de Janeiro, o atual comandante da força, almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior, manifestou o interesse de encerrar a revitalização dos jatos A-4 Skyhawk (AF-1 Falcão na designação da Marinha) e apressar o reequipamento da Aviação de Combate da Marinha por meio da compra “de oportunidade” de caças multimissão F/A-18 Hornet. A informação é do site Poder Naval.

Segundo a publicação, oficiais da Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM) acompanham, há vários anos, o processo de desativação de caças F/A-18, modelos C e D, da força aérea do Kuwait, que serão substituídos nos próximos anos por caças-bombardeiros Super Hornet (versão mais avançada do Boeing F/A-18) e Typhoon. O interesse da MB, portanto, seria em adquirir aeronaves de segunda mão.

Sob a condição do anonimato, um oficial superior da Marinha que trabalha há mais de 10 anos no reequipamento da corporação disse a publicação que a hipótese mais provável seria a incorporação de um pequeno lote de caças (cerca de 12 aeronaves) Super Hornet usados dos EUA.

“A alternativa mais barata em termos de aquisição são aeronaves F/A-18E/F Super Hornet que estarão disponíveis na USN (Marinha dos EUA) a partir da segunda metade desta década”, explicou o militar. “Resta saber como estarão estas aeronaves.”

Por outro lado, ainda de acordo com o oficial da MB, as aeronaves do Kuwait são bem menos voadas e não sofreram os rigores das operações em porta-aviões. Desta forma, são caças que teriam uma vida útil mais longa no Brasil.

Vale lembrar que os atuais caças AF-1 operados pela Marinha do Brasil foram adquiridos justamente do Kuwait, em 1998. Posteriormente, parte dos 23 jatos comprados do país árabe foram modernizados pela Embraer – o último modelo atualizado será entregue neste ano.

O F/A-18 Super Hornet (versões E e F) foi um dos caças que participou da concorrência do projeto FX-2, que previa a aquisição de novas aeronaves de superioridade aérea para equipar a Força Aérea Brasileira. Em 2009, o caça sueco Saab Gripen E foi o modelo escolhido, desbancando o jato americano e o francês Dassault Rafale.

Caças AF-1 prontos para decolar no convés. Com a aceleração da catapultas, os aviões atingem mais de 200 km/h em menos de 100 metros (Foto - Marinha do Brasil)
Caças AF-1 no convés de voo do porta-aviões NAe São PAulo; barco foi desativado em 2018 (Marinha do Brasil)

Nota do editor: o Airway entrou em contato com a Marinha do Brasil, mas ainda não obteve uma resposta.

Veja mais: EUA autorizam venda de caças F-35 para Singapura

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  1. A Marinha rainha sempre usa essa estratégia de compra de oportunidade. Não aprende nunca. Só pra gastar dinheiro. Não sou contra potencializar a amplitude militar da Marinha, mas ela fez isso no passado, se deu mal e agora tá fazendo de novo.
    Na década de 90 fez a mesma coisa com 4 contratorpedeiros americanos classe Pará, com essa mesma desculpa: compra de oportunidade. Perguntem pra Marinha o que foi feito desses navios.

  2. Interessante essa eventual compra dos F18, penso que com o atual status de aliado extra-OTAN, poderia se tentar adquirir os Super Hornet em contato direto com os EUA ou então partir para um projeto integrado ao da FAB e adquirir o Saab Gripen em sua futura versão naval, podendo na eventual escolha do caça sueco, uma padronização entre Força Aérea e Marinha Brasileiras, o que poderia facilitar a comunicação entre as forças e futuras manutenções e ampliação de frota, penso que essa opção pela escolha sueca seria mais interessante, tendo a disposição um caça moderno e atualizado com os tempos atuais, e com ampla capacidade de adaptação, modernização e ampliação. Mas caso a escolha pelo Boeing F18 Hornet, e dependendo do valor, poderá ser uma boa compra de oportunidade, ainda que transitória.

  3. Só não entendo porque pensar em aeronaves usadas que estão sendo desfeitas por outras forças, quando temos em frente um projeto de aviões de caça nacional em fase! Acho que poderia ser adquirido no máximo uma meia duzia destas aí pra esperar o projeto avançar, esperar que a Embraer inicie a produção dos Gripens aqui no país e assim a Marinha adquiri-los da Embraer! Se for o caso, adaptá-los pra porta aviões! Tá na hora gente, do Brasil se colocar no mundo menos dependente e a força da industria aeronáutica nacional é o caminho! Os aviões dos EUA são fabricados lá! Imagine o ganho da economia local!!

  4. Sem dúvida tornar Brasil independente é o caminho chega de pagar por quinquilharias chega de velharias eles que dêem um jeito em suas sucatas!!!! De Graça é caro!!! Temos muito metal p extrair solo e mais sobre solo p reciclar…a MB tá c muito Caixa porquê não ajuda a pagar dívida interna do Brasil ou reduz/isenta o imposto imóveis beira mar…..

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