Megacliente de jatos da Embraer garante encomenda mesmo com ameaça de Trump
Flexjet fechou acordo para até 212 aeronaves por US$ 7 bilhões e que serão entregues a partir de 2026. Ações da fabricante caíram após governo dos EUA anunciar 50% de tarifas em produdos brasileiros

As ações da Embraer caíram significativamente nesta quinta-feira, 10, após o anúncio do presidente dos EUA Donald Trump de impôr uma tarifa adicional de 50% a produtos importados do Brasil.
Os Estados Unidos são os maiores compradores de jatos regionais E175 e sobretudo da linha de aeronaves executivas Praetor e Phenom.
Mas ao menos um cliente manifestou confiança em manter sua megaencomenda fechada em fevereiro, a Flexjet. A empresa de aeronaves compartilhadas encomendou 182 aeronaves Phenom 300, Praetor 500 e 600 além de 30 opções de compra, num negócio estimado em US$ 7 bilhões.
Kenn Ricci, presidente do conselho da Flexjet, afirmou à Reuters em comunicado que os compradores associados à empresa não costumam mudar suas decisões e que no curto prazo as tarifas não devem afetar os acordos existentes.

A Flexjet deve começar a receber os novos aviões a partir de 2026 e parte deles terá a montagem final nas instalações da Embraer na Flórida, o que reduz a incidência de tarifas.
Mais de 200 E175 pendentes de entrega
A Embraer também se manifestou afirmando que ainda está avaliando potenciais impactos da medida, que tem previsão de ser adotada a partir de 1º de agosto.
Analistas do mercado financeiro avaliam que a empresa pode ter um impacto de cerca de US$ 150 milhões em seu lucro antes de juros e impostos até o final deste ano.
Em relação aos jatos E175, amplamente operados na malha de voos regionais das grandes companhias aéreas dos EUA, há mais de 200 aeronaves pendentes de entrega.

A Embraer tem quatro contratos anteriores em vigor, o maior deles com a American Airlines, que encomendou 90 aeronaves em março do ano passado.
A Republic Airlines tem 35 jatos E175 pendentes de entrega enquanto a Alaska Air, outros três aviões, que só serão enviados a partir de 2026.
A Skywest, por sua vez, ainda tem 14 E175 da encomenda anterior, mas acaba de fechar um novo acordo para 60 aeronaves.