Mesmo sem joint venture, Boeing já negocia o KC-390 com possíveis clientes
Segundo executivo da fabricante norte-americana, cinco países demonstraram interesse no avião de transporte militar da Embraer


Mesmo ainda distante do seu início efetivo, a joint venture entre a Boeing e a Embraer para venda do cargueiro militar KC-390 já produz resultados efetivos. Ao menos é que indicou um executivo da fabricante norte-americana em entrevista à Aviation Week. Desde 2013, as duas empresas já possuem um acordo em que a Boeing oferece o avião brasileiro, mas o futuro negócio conjunto é muito mais profundo e provavelmente eficaz.
Segundo Mark Bellew, diretor de vendas e marketing para serviços governamentais internacionais, nada menos que cinco países teriam demonstrado interesse no avião brasileiro, nenhum deles envolvido com projeto.
“Agora temos cinco (países) com quem estamos conversando – clientes bastante sérios”, disse Bellew que acrescentou: “Temos alguns novos que vieram aqui e nos fizeram perguntas ultimamente também”, disse Bellew, confirmando que o anúncio do acordo para a criação de uma joint venture para comercialização do KC-390, em janeiro, já motivou alguns possíveis clientes a entrar em contato com a Boeing.
Até o momento, apenas a Força Aérea Brasileira encomendou o KC-390, com 28 exemplares previstos, incluindo o primeiro que será entregue ainda este ano. Há uma negociação em curso com Portugal para compra de cinco aviões mas que ainda não foi concluída.
Além de Portugal, cuja participação na fabricação da aeronave é significativa, também se esperavam negócios com Argentina, Colômbia, Chile e República Tcheca, todos eles envolvidos de alguma forma com o projeto. Consultada, a Embraer não quis se pronunciar.
Nova joint venture
Boeing e Embraer fecharam negócio para a criação de duas parcerias. A primeira prevê a formação de uma nova empresa responsável pela fabricação e comercialização dos jatos regionais da Embraer, com 80% do negócio pertencendo aos americanos. Já a segunda terá maioria da empresa brasileira com 51% da sociedade e visa potencializar as vendas do KC-390, maior projeto de aeronave já realizado no Brasil.
A expectativa é que a presença da Boeing abra portas para inúmeros clientes que buscam um sucessor para antigos turbo-hélices cargueiros como o C-130 Hercules, da concorrente Lockheed Martin. Pelo que adiantou a fabricante, a parceria pode cumprir seu objetivo mais cedo do que se imaginava.

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