Na contramão do mercado, Singapore troca 787-10 pelo 777-9
Companhia aérea decidiu converter 14 pedidos do Dreamliner por 11 unidades da maior variante do 777X, contrariando a tendência de redução de pedidos da aeronave da Boeing

A Singapore Airlines surpreendeu o mercado na terça-feira, 9, ao anunciar a conversão de 14 pedidos do 787-10 por 11 jatos 777-9, maior variante da nova geração do widebody da Boeing.
A mudança, no entanto, foi feita às custas da postergação das entregas de vários aviões para o período entre 2025 e 2026. Com a medida, a Singapore deve adir despesas de US$ 4 bilhões até 2023.
Com a reformulação dos contratos de aquisição de aeronaves com Airbus e Boeing, a companhia aérea passa a ter agora 35 pedidos da família A320neo, 15 jatos A350-900, 31 unidades do 737 Max 8, 20 jatos 787 Dreamliner e 31 unidades do 777-9.
Com a ampliação do pedido, o Boeing 777X passa a contar com 320 encomendas firmes, mas apenas parte delas é considerada viável contabilmente, como a fabricante revelou em seu relatório anual.
A Singapore Airlines passa a ser a terceira maior cliente do maior bimotor de passageiros da história, atrás apenas da Qatar Airways (60 aviões) e Emirates Airline (126 unidades).
Primeira entrega em 2024
A boa notícia para o programa 777X ocorre ao mesmo tempo em que o presidente da Emirates, Tim Clark, confidenciou ao site CAPA que não espera o primeiro jato antes do primeiro trimestre de 2024. A Boeing postergou a entrada em serviço da aeronave para o final de 2023, mas o executivo britânico continua se mostrando cético com o cronograma.
Enquanto isso, os rumores sobre uma possível troca de parte da encomenda de 777X da Emirates continuam a surgir. Segundo relatos na imprensa, a empresa aérea do Oriente Médio planeja substituir entre 30 e 40 unidades pelo menor 787. Não seria a primeira vez que a companhia faria essa manobra – em 2019, a Emirates reduziu seu pedido inicial de 156 aviões para os atuais 126 jatos.
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