Nova versão do caça F-16 completa primeiro voo

Após quatro anos, Lockheed Martin voltou a produzir o F-16 na nova versão Block 70; variante soma 128 pedidos
Os F-16 da nova versão Block 70 podem permanecer em serviço até meados de 2060 (Lockheed Martin)

Próximo de completar 50 anos, o caça F-16 da Lockheed Martin segue em evolução. Nesta terça-feira (24), a fabricante confirmou o primeiro voo bem-sucedido da nova versão da aeronave, o F-16 Block 70, em Greenville, Carolina do Sul, nos Estados Unidos.

O voo inaugural do F-16 Block 70 foi realizado pelos pilotos de testes da Lockheed Martin Martin Dwayne e Monessa Balzhiser. O tempo total da surtida foi de 50 minutos e incluiu verificações de aeronavegabilidade, motor, controle de voo e sistema de combustível, além do manuseio básico do caça reformulado.

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“O voo bem-sucedido de hoje é uma prova do trabalho árduo, dedicação e compromisso com nossos clientes e suas missões”, disse OJ Sanchez, vice-presidente do Integrated Fighter Group da Lockheed Martin, que inclui o programa F-16. “Este marco demonstra o compromisso da Lockheed Martin em avançar este programa e obter esta aeronave tão necessária e seus recursos avançados de segurança do século 21 para o combatente.”

A aeronave que decolou nesta semana é o primeiro dos 16 caças F-16 Block 70 que serão entregues à Força Aérea do Bahrein. A nova varirante do caça soma 128 pedidos de seis países, mas há outros 20 aviões com cartas de intenção, sendo 12 para a Jordânia e oito para a Bulgária.

“A Lockheed Martin está totalmente comprometida em fornecer plataformas de qualidade para as missões críticas de nossos clientes e estou muito orgulhoso de nossa equipe talentosa em Greenville”, disse Danya Trent, vice-presidente do programa F-16 e gerente da instalação da Lockheed Martin em Greenville. “Este é o culminar de avanços significativos em desenvolvimento, design, engenharia digital, cadeia de suprimentos e linha de produção para uma plataforma já comprovada que continuará a fornecer décadas de serviço em suporte à segurança nacional dos clientes”.

O F-16 testado nesta semana é o primeiro dos 16 exemplares encomendados pelo Bahrein (Lockheed Martin)

Block 70

O modelo Block 70 é provavelmente o último suspiro do F-16. A produção do caça deve ser encerrada em definitivo em meados de 2030, ano em a Força Aérea dos EUA (USAF) pretende desativar seus aparelhos do tipo – os F-16 mais modernos da USAF são da variante Block 50, entregues até 2005.

O F-16 dessa nova fase, no entanto, pode ser o mais longevo da série. Umas das melhorias incluídas no Block 70/72 são reforços estruturais que prolongam a vida útil das aeronave para 12.000 horas, 50% a mais que as versões anteriores do caça. Portanto, os jatos de combate produzidos nesta década podem permanecer em serviço até 2060 ou além.

Outros recursos na versão atualizada do F-16 são o radar AESA (de varredura eletrônica), novo conjunto de guerra eletrônica, computador de missão com maior capacidade de processamento, cockpit renovado com monitores maiores e coloridos, motor aprimorado, inclusão de tanques de combustível adicionais nas asas, capacidade para empregar armas mais avançadas, entre outros.

O retorno do F-16

Depois de um hiato de quase quatro anos, a Lockheed Martin voltou a concluir a montagem de um caça F-16 no fim de 2022. A aeronave foi produzida na nova fábrica da companhia em Greenville, no estado da Carolina do Sul.

A produção do F-16 foi interrompida em 2018 na sede da Lockheed Martin em Fort Worth, no Texas, abrindo espaço para a nova linha de montagem do caça F-35 Lightning II, que passou a ser o foco da instalação. Nesse meio tempo, a empresa montou uma planta adicional em Greenville para continuar a produção do F-16, que soma mais de 3.000 unidades entregues.

Projetado originalmente pela General Dynamics, o F-16 voou pela primeira vez há quase 50 anos, em 20 de janeiro de 1974, no que pode considerado uma “decolagem acidental”. Em 1993, o programa foi assumido pela então Lockheed Corporation, que posteriormente mudaria o nome para Lockheed Martin, após a fusão com a Martin Marietta Corporation, em 1995. Atualmente, o caça está em serviço em 25 países.

(Lockheed Martin)
Protótipo YF-16: o que era para ser um teste de aceleração, terminou em decolagem (Lockheed Martin)

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