Novo porta-aviões nuclear americano realiza primeiro teste de pouso e decolagem

USS Gerald R. Ford lançou e recuperou um caça Boeing F/A-18F Superhornet na sexta-feira (28) dias após ser comissionado
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O F/A-18F se aproxima do USS Gerald R. Ford: primeiro pouso e decolagem no porta-aviões (US Navy)
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O F/A-18F se aproxima do USS Gerald R. Ford: primeiro pouso e decolagem no porta-aviões (US Navy)

O USS Gerald R. Ford, mais moderno e poderoso porta-aviões nuclear dos Estados Unidos realizou o primeiro lançamento por catapulta e pouso de um avião de asa fixa nesta sexta-feira (28), menos de uma semana depois de ser comissionado com a presença do presidente americano Donald Trump.

Um F/A-18F Super Hornet do Esquadrão VX 23, responsável por testes e avaliações, realizou dois pousos e um lançamento utilizando os novos equipamentos AAG e EMALS. O primeiro consiste num novo sistema de frenagem por cabos controlados por meio digital que aumentam a eficiência do processo e reduzem os custos com manutenção. Já o EMALS  é um sistema eletromagnético de catapulta que substitui o antigo mecanismo a vapor usado desde o fim da Segunda Guerra nos porta-aviões americanos. Mais preciso, o recurso permite dosar a energia necessária para lançamento das aeronaves, incluindo também aviões não-tripulados, que não podiam ser lançados dessa forma.

Com a designação CVN-78, o Gerald R. Ford é o primeiro navio-aeródromo de uma nova classe e conta com aprimoramentos em sua construção e propulsão. Os dois reatores nucleares, por exemplo, têm capacidade de produzir mais de 600 megawatts de energia, o triplo da classe Nimitz, e necessário para dar conta da cada vez maior demanda por energia elétrica a bordo.

Batizado em homenagem ao 38º presidente do país, o navio foi ao mar em novembro de 2013 e comissionado no dia 22 de julho, após problemas técnicos atrasarem seguidamente as previsões. Ou seja, o novo presidente americano Donald Trump terá em suas mãos um navio cuja capacidade militar deve superar com folga a da classe Nimitz, que hoje reúne 10 embarcações.

O novo porta-aviões é relativamente parecido nas dimensões com os navios hoje em operação: desloca mais de 100 mil toneladas, mas é mais longo (337 metros contra 332 metros da classe Nimitz), largo (78 m contra 76,4 m) e alto (78 m contra 76,8 m), mas é nos detalhes que a classe Ford supera sua antecessora. O convés de voo, por exemplo, é maior graças a uma ilha menor (a torre de controle do navio) e recuada e também ao uso de apenas três elevadores contra quatro das classes antigas.

Com isso, a marinha americana acredita que será possível operar 25% mais voos por dia, tornando o Gerald R. Ford ainda mais capaz. Embora a velocidade seja semelhante a dos porta-aviões atuais (cerca de 56 km/h), o novo navio utiliza um sistema de propulsão por energia nuclear muito mais poderoso.

O preço para obter esse avanço não foi pequeno: estima-se que o custo total do projeto chegou a US$ 13 bilhões (mais de R$ 40 bilhões). Por ser um dos pilares da capacidade bélica norte-americana, a nova classe de porta-aviões já tem mais dois navios encomendados, os novos John F. Kennedy (CVN-79) e Enterprise (CVN-80) com previsão de comissionamento em 2020 e 2025, respectivamente.

Veja também: EUA aposentam primeiro porta-aviões nuclear da história

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Navio militar mais caro da história, o USS Gerald R. Ford deve custar cerca de R$ 40 bilhões

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