O NTSB (National Transportation Safety Board), órgão responsável pela investigação de acidentes nos transportes nos EUA, confirmou em relatório preliminar publicado nesta terça-feira (6) que o Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines (N704AL) estava sem os quatro parafusos que fixam o tampão de porta que caiu em voo.
Os ferrolhos, localizadas na base e nas laterais do anteparo e que o retém, estavam ausentes quando a Boeing entregou a aeronave, conforme uma imagem divulgada pelo NTSB.
“Os padrões de danos observados e a ausência de danos de contato ou deformação em torno dos furos associados aos parafusos supressores de movimento vertical e parafusos da guia superior nos acessórios da guia superior, acessórios da dobradiça e encaixe da guia da dobradiça inferior traseira recuperada indicam que os quatro parafusos que impedem a subida o movimento do plugue MED estavam faltando”, diz o relatório.
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O incidente ocorreu em 5 de janeiro no Voo 1282 da Alaska Airlines entre Portland, no Oregon, e Ontário, na Califórnia. Minutos após a decolagem, enquanto realizava a subida a 16.000 pés, o 737 sofreu uma descompressão explosiva quando o tampão esquerdo estourou.
Não havia passageiros nos assentos ao lado e ninguém se feriu. Os pilotos conseguiram retornar à Portland e pousar em segurança, a despeito do enorme buraco na fuselagem.
O tampão foi recuperado dias depois após ser encontrado no quintal de uma casa. Ele estava praticamente intacto e foi levando para os laboratórios do NTSB em Washington, DC.
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Peça retirada para correções em rebites
Relatos de funcionários da Boeing já apontavam que o tampão de porta poderia ter sido reinstalado, mas não preso pelos ferrolhos, em meio a um confuso processo de inspeção da fabricante.
A peça foi fabricada pela Spirit AeroSystems em sua filial na Malásia em março de 2023 e então enviada para sua fábrica em Wichita, nos EUA, responsável pela montagem da fuselagem. Após concluir a fabricação, a empresa remeteu a fuselagem para Renton (onde fica a linha de montagem final da Boeing) em 31 de agosto.
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Uma primeira inspeção indicou que havia rebites mal feitos do lado direito do tampão, que foi removido para dar espaço para as correções, segundo o NTSB. Uma equipe da Spirit executou as correções nos rebites e o tampão foi reencaixado, mas sem os quatro parafusos de retenção.
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Após a divulgação do relatório, a Boeing publicou um comunicado em que diz apreciar o trabalho do NTSB.
“Quaisquer que sejam as conclusões finais alcançadas, a Boeing é responsável pelo que aconteceu. Um evento como este não deve acontecer num avião que sai da nossa fábrica”, disse Dave Calhoun, CEO da empresa.