O ano de 2023 vai terminando e Boeing ainda não conseguiu certificar o 737 MAX 7

Agência de aviação civil dos EUA, FAA afirmou não ter pressa e que aprovará a aeronave quando tiver todos os dados que precisa e que mostre que ele é seguro
Boeing 737 MAX 7
O 737 MAX 7 deve entrar em serviço em 2024 (Anna Zvereva)

O final de 2023 se aproxima e a Boeing ainda não conseguiu a certificação de tipo do 737 MAX 7, a menor variante da família de jatos de fuselagem estreita.

A fabricante planejava contar com a aprovação pela FAA (Federal Aviation Administration) por volta de novembro, para iniciar as entregas da aeronave, começando pela Southwest Airlines, sua cliente de lançamento.

Mas a própria companhia aérea já disse que espera pela certificação da aeronave apenas em abril e que só contará com o primeiro 737-7 entre outubro e novembro de 2024

Questionada pela Reuters, a FAA afirmou não possuir um cronograma específico para emitir a certificação do jato comercial e que o aprovará quando estiver satisfeita com os dados que precisa para considerá-lo seguro.

Mudança de humor após acidentes

A postura da FAA atualmente é bem diferente de março de 2017, quando a agência concedeu a certificação de tipo para o 737 MAX 8, o primeiro modelo da nova família.

“Esta certificação é um verdadeiro testemunho da dedicação e comprometimento de toda a nossa equipe MAX durante todo o processo, desde o projeto do avião até os testes de voo”, disse à época Keith Leverkuhn, então vice-presidente e gerente geral do programa 737 MAX.

Até então, a própria Boeing realizava parte dos procedimentos de certificação em nome da FAA, um sinal de confiança ou, para alguns, desleixo por parte da agência.

Como é sabido, a aeronave apresentava uma grave falha de sistemas que tirava dos pilotos o controle do 737 e o colocava em altos ângulos de ataque. Dois jatos, da Ethiopian e da Malindo Air, caíram entre 2018 e 2019, vitimando todos os ocupantes.

737 MAX da Lion Air: até o acidente, a própria Boeing “aprovava” seus aviões  (PK-REN/Wikimedia)Após relutar por um longo tempo que havia falhas nos procedimentos, a FAA passou a adotar critérios mais rigorosos para aprovar os aviões da Boeing e voltou a ser responsável por todo o processo.

O resultado disso é que a Boeing está com enormes dificuldades para atender os requisitos da FAA. Para se ter uma ideia do atraso, o 737 MAX 7 voou pela primeira vez em março de 2018 e pode levar cinco anos para entrar em serviço.

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Apenas como comparação, o 737 MAX 8 fez seu voo inaugural em janeiro de 2016 e entrou em serviço em maio de 2017, ou apenas 16 meses depois.

A versão 737 MAX 9 foi ainda mais veloz: entre o primeiro voo, em abril de 2017, e o início dos voos comerciais, em março de 2018, se passaram apenas 11 meses.

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