Para atender alta demanda na Ásia, Airbus vai finalizar o A350 na China

Jato de longo alcance será concluído nas instalações da Airbus em Tianjin a partir do próximo ano
(Airbus)
A Air China é o principal cliente do A350 na Ásia, com 30 aeronaves encomendadas (Airbus)

A Airbus e o governo chinês, por meio da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, assinaram um Memorando de Entendimento para ampliar a capacidade e cooperação industrial do grupo aeroespacial europeu na China. O acordo foi anunciado nesta quarta-feira (6) durante a visita do presidente da França Emmanuel Macron ao país asiático.

O principal ponto no memorando é o plano da Airbus de integrar as atividades de finalização do A350 em suas instalações em Tianjin no segundo semestre de 2020 e com entregas a partir do ano seguinte. Ativa desde setembro de 2008, a unidade da fabricante na China possui atualmente uma linha de montagem das família A320 e A320neo e um centro de conclusão das séries A330 e A330neo.

A região Ásia-Pacífico é hoje o principal mercado do A350, que é impulsionado pela China. O maior cliente da aeronave no país é a Air China, com um pedido de 30 jatos A350-900. Em seguida aparecem as companhias China Eastern Airlines e China Southern Airlines, cada uma com 20 aparelhos encomendados, e a Sichuan Airlines, que encomendou 10 aviões da série.

“Damos grande importância à nossa parceria estratégica de longo prazo com a China e seu setor de aviação”, disse o CEO da Airbus, Guillaume Faury. “A Airbus está comprometida em atender esse setor em crescimento com o portfólio diversificado que ela tem a oferecer e estamos comprometidos em trabalhar com nossos parceiros chineses para moldar o futuro do setor.”

A Airbus ainda não divulgou detalhes sobre o centro de conclusão e entregas do A350 na China, mas é provável que a fabricante empregue o mesmo modelo de finalização adotado para o A330 e A330neo no país. Os aviões são produzidos em Toulouse, na França, e depois seguem voando para a fábrica em Tianjin, onde recebem os componentes de cabine e a pintura final dos operadores.

A320 “Made in China”

Segundo os termos do acordo, a Airbus também planeja aumentar a produção dos jatos A320 e A320neo na fábrica chinesa, que até o final deste ano deve alcançar a taxa de seis aeronaves finalizadas por mês, 50% a mais que a capacidade atual.

O primeiro A320 fabricado na China foi entregue à Sichuan Airlines em 2009 (Airbus)

A estratégia de aumentar a produção da família A320 na China faz parte de um plano mais amplo da Airbus sobre seu principal produto. Até 2021, a fabricante quer alcançar a taxa de 63 aeronaves finalizadas por mês – o A320 é produzido nas plantas da Airbus na França, Alemanha, EUA e China.

Desde 2009, quando entregou o primeiro A320 “Made in China”, a Airbus concluiu mais de 450 aeronaves de um corredor em Tianjin.

A China praticamente dobrou seu tráfego aéreo nos últimos 10 anos e logo deve se tornar o maior mercado de aviação do mundo, superando os EUA. Para acompanhar esse crescimento frenético, a Airbus estima que as companhias chinesas vão exigir 7.560 novas aeronaves nos próximos 20 anos.

Veja mais: Azul recebe segundo jato Airbus A330neo

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