Poderoso porta-aviões russo Admiral Kuznetsov pode virar sucata

Embarcação está em reforma desde 2018, mas acidentes e custo de recuperá-la fazem governo Putin repensar seu destino

O porta-aviões Kuznetsov quando estava na ativa
O porta-aviões Kuznetsov quando estava na ativa (Darren Puttock)

O Ministério da Defesa da Rússia está avaliando descartar o porta-aviões Admiral Kuznetsov, o único navio desse tipo na Marinha russa, depois de anos de trabalhos de reparos e recursos dispendidos.

As informações foram reveladas pelo jornal Izvestia, citando fontes familiarizadas com as discussões.

A Marinha russa e a United Shipbuilding Corporation (USC), responsável pela reforma, estão discutindo se ainda é viável concluir a reforma do envelhecido navio de guerra, que está em uma doca seca em Murmansk desde 2018.

Os esforços de reparo e modernização enfrentaram atrasos repetidos, contratempos técnicos e até incêndios a bordo.

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(TASS)

O ex-comandante da frota do Pacífico, Almirante Sergei Avakyants, disse ao Izvestia que aposentar o Admiral Kuznetsov é a coisa certa a fazer, chamando os porta-aviões de “uma relíquia do passado”, vulneráveis aos sistemas de mísseis modernos.

Avakyants argumenta que a Rússia deve se concentrar em sistemas robóticos e aeronaves não tripuladas, tecnologias que ele acredita serem mais relevantes nos conflitos de hoje.

O possível sucateamento marca um forte contraste com outras grandes potências militares, como os Estados Unidos e a China, que continuam investindo fortemente na expansão de suas frotas de porta-aviões.

Um caça Su-33 a bordo do Admiral Kuznetsov (Expert infantry)

Irmãos chineses

Comissionado em 1995, depois de ser lançado em 1985, o Admiral Kuznetsov é classificado pela Rússia como um “cruzador pesado porta-aviões” e apresenta um convés com uma rampa “ski-jump” usada para lançar os caças navais Sukhoi Su-33 e MiG-29K.

A embarcação tem um deslocamento total de 58.000 toneladas e é alimentada por turbinas a vapor, muito longe dos porta-aviões da classe Nimitz da Marinha dos EUA, que deslocam mais de 100.000 toneladas e usam energia nuclear como propulsão.

O histórico operacional do Kuznetsov foi marcado por falhas mecânicas, incidentes ambientais e prontidão limitada de combate. Apesar de ter sio o nau capitânia da Rússia, raramente foi operado sem problemas.

O Shangdong, segundo porta-aviões chinês, que foi baseado na classe russa Kuznetsov

Embora o único porta-aviões da Rússia possa estar perto da aposentadoria, a classe Kuznetsov deixou sua marca na China.

A primeira embarcação do tipo da Marinha Chinesa, o Liaoning, foi originalmente o porta-aviões soviético Riga, que não foi concluído e, posteriormente, adquirido e concluído pela China.

Desde então, o país construiu segundo porta-aviões, o Shandong, que é maior e incorpora melhorias em relação ao design soviético original. Ambas os navios chineses permanecem em serviço ativo.