Por dentro do primeiro ATR 72 da Azul com motores PW127XT

Visitamos o turboélice da companhia aérea brasileira que está exposto em Le Bourget e será entregue nas próximas semanas
ATR da Azul esteve em exposição no Paris Air Show; modelo é o primeiro do mundo com os novos motores PW127XT-M (AIRWAY)

Entre tantas aeronaves expostas no 54º Paris Air Show, em Le Bourget, uma exibe uma pintura familiar aos brasileiros, o turboélice ATR 72-600 da Azul Linhas Aéreas.

O modelo novo em folha é um dos dois que a fabricante franco-italiana trouxe ao evento – o outro é o cargueiro ATR 72-600F da FedEx e que se apresenta em voo.

Já o turboélice da companhia aérea brasileira está praticamente pronto para entrega – a ATR o levou de Toulouse até Paris para participar do show aéreo e logo em seguida a aeronave voltará para a sede da empresa para os trâmites finais de envio ao Brasil.

AIRWAY conversou com a equipe da ATR em Le Bourget e conheceu a aeronave, que receberá o registro PR-YXB, ainda exibe uma matrícula provisória F-WWEL.

O turboélice ganhou o batismo de “Amor Azul”

Hoje com 39 turboélices do modelo em operação, a Azul tem motivos para comemorar a nova aeronave. Trata-se do primeiro ATR 72-600 que a Azul receberá com a versão PW127XT do motor produzido pela Pratt & Whitney Canada. Ele é considerado cerca de 3% mais econômico e também emite menos poluentes.

A diferença entre ele o PW127 anterior envolve a adoção de um compressor de baixa pressão de capacidade aumentada, um novo módulo de turbina de alta pressão, módulo de turbina de energia de eficiência aprimorada e uma nova caixa de gerador de gás com um sistema de distribuição de óleo aprimorado.

De quebra, a aeronave pode voar 40% mais tempo com o motor entre as inspeções, o que reduz seu custo de manutenção.

Espaço generoso

Tivemos acesso ao interior do novo ATR da Azul e conferimos alguns detalhes do turboélice, que na companhia brasileira transporta 72 passageiros. A fabricante diz ter aprimorado a configuração do interior para oferecer uma polegada a mais de espaço transversal, ou cerca de 2,5 cm.

Parece pouco, mas para uma cabine de passageiros qualquer centímetro extra conta. Por falar nisso, o espaço para as pernas é bastante generoso já que o ATR 72 pode levar até 78 passageiros na configuração máxima.

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A ATR mostrou também alguns itens de acessibilidade como apoios de braço dos assentos do corredor que podem ser levantados em todas as fileiras, para facilitar o acesso de cadeirantes.

A empresa também oferece como opcional um sistema para deficiente auditivos que consiste num encosto de cabeça que emite sons numa frequência configurável em aparelhos de audição. Com isso os passageiros podem ouvir as mensagens de áudio da tripulação.

O ATR da Azul oferece Wi-fi em Le Bourget, mas apenas para demonstrar que o turboélice pode oferecer o serviço – a companhia brasileira ainda não adotou essa tecnologia.

O ambiente da cabine é bastante agradável, com uso de bancos de couro e uma iluminação comandada por um painel sensível ao toque disponível para uso dos tripulantes.

Por fim, o “cockpit de vidro” exibe cinco telas digitais que reúnem as funções de navegação, comunicação integradas em uma arquitetura modular de aviônicos.

Cockpit do ATR 72-600

Quase sozinha no mercado

De propriedade da Airbus e da Leonardo, a ATR tem se beneficiado de um trabalho de 40 anos para ser praticamente a única fabricante de turboélices comerciais de maior porte. Enquanto várias outras concorrentes acabaram encerrando a produção de seus modelos, a empresa seguiu aprimorando o ATR 42 e o ATR 72.

Atualmente, ela oferece, além das versões tradicionais, também o cargueiro ATR 72-600F e o ATR 42-600S, de operação em pistas curtas, de cerca de 800 metros.

Enquanto vê a tecnologia sustentável avançar, seja híbrida-elétrica ou hidrogênio, a ATR promete certificar seus modelos para voar com 100% de combustível sustentável de aviação (SAF) já em 2025.

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