Porta-aviões São Paulo é vendido por R$ 10,5 milhões

Casco do NAe São Paulo foi arrematado em leilão na sexta-feira (12); barco será desmontado
NAe São Paulo parado na Ilha das Cobras, onde ficou durante boa parte de sua carreira no Brasil (Alexandre Galante/Poder Naval)
NAe São Paulo parado na Ilha das Cobras, onde ficou durante boa parte de sua carreira no Brasil (Alexandre Galante/Poder Naval)

O casco do porta-aviões São Paulo da Marinha do Brasil foi arrematado na última sexta-feira (12) por R$ 10.550.000,00. A negociação foi promovida pela casa de leilões João Emílio Leiloeiro, no Rio de Janeiro (RJ). Ainda não temos informações sobre quem foi o comprador da embarcação desativada.

O processo de licitação para vender o casco do navio, conduzido pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON, vinculada ao Ministério da Defesa), começou em setembro de 2019. O primeiro leilão da embarcação, em outubro de 2020, terminou sem comprador. O lance inicial na época era de R$ 5.309.733,65. No pregão realizado na semana passada, o valor mínimo subiu para R$ 7.756.243,80.

Em edição do Diário Oficial da União de 29 de janeiro de 2021, a Comissão da Licitação informou que três empresas estavam habilitadas para participar do leilão “por cumprimento integral às exigências do Edital”: Rota Shipping Inc e a Sok Denizcilik ve Ticaret, ambas da Turquia, e a Aratu Serviços Marítimos, com sede em Salvador (BA).

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Vendido! Casco do NAe São Paulo foi arrematado por R$ 10.550.000,00 (Airway)

Sem condições de ser reformado ou vendido para continuar navegando em outro país, o porta-aviões São Paulo foi oferecido no mercado como sucata. O comprador deve garantir que a embarcação será reciclada de forma segura e ambientalmente adequada, respeitando as resoluções da Organização Marítima Internacional (IMO) e requisitos da Convenção de Basileia.

Na ata de pré-credenciamento do leilão, as duas empresas turcas apresentaram planos de desmontar o porta-aviões em instalações na Turquia. A Aratu Serviços Marítimos, por sua vez, enviaria o barco para um desmanche em Alang, na Índia. O reboque da embarcação até o local de desmonte é função do comprador.

A Marinha do Brasil ainda não respondeu aos pedidos de comentários do Airway sobre a venda da embarcação desativada.

Maior navio de guerra do Brasil

Maior embarcação militar que serviu com a bandeira brasileira, o navio-aeródromo São Paulo chegou às mãos da Marinha no ano 2000, comprado da França por US$ 12 milhões durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O navio foi o substituto do NAeL Minas Gerais, que operou no Brasil entre 1960 e 2001.

O NAe São Paulo, ex- FS Foch, foi construído na França, no final da década de 1950 (Marinha do Brasil)
O NAe São Paulo, ex- FS Foch, foi lançado ao mar em 1960 (Marinha do Brasil)

Quando ainda estava ativo, o São Paulo era o porta-aviões mais antigo do mundo em operação. A embarcação foi lançada ao mar em 1960 e serviu com a marinha da França com o nome FS Foch, de 1963 até 2000. Sob a identidade francesa, o navio de 32,8 mil toneladas e 265 metros de comprimento atuou em frentes de combate na África, Oriente Médio e na Europa.

Com a Marinha do Brasil, no entanto, a embarcação teve uma carreira curta e bastante conturbada, marcada por uma série de problemas mecânicos e acidentes. Por esses percalços, o navio passou mais tempo parado do que navegando. Em fevereiro de 2017, após desistir de atualizar o porta-aviões, o comando naval decidiu desativar o NAe São Paulo em definitivo.

Segundo dados da marinha brasileira, o São Paulo permaneceu um total de 206 dias no mar, navegou por 54.024,6 milhas (85.334 km) e realizou 566 catapultagens de aeronaves. A principal aeronave operada na embarcação foi o caça naval AF-1, designação nacional para o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, hoje operados a partir de bases terrestres.

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  1. Vamos lá… um porta-aviões barato que saiu caro, com um punhado de aeronaves obsoletas que só foram modernizadas depois da desativação deste, e nenhuma perpectiva a curto ou médio prazo de se adquirir um substituto à altura.
    Um país do porte do nosso, com um litoral enorme – e ainda querem, aumentar a sua jurisdição – sem um porta-aviões equipado com caças modernos não dá certo.
    Ou o país adota uma posição de ter uma Marinha decente para proteger nosso litoral , ou então adota uma guarda costeira. Mas isso aqui é o Brasil não?

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