Rolls-Royce não será mais fornecedora dos motores do jato supersônico Overture

Fabricante britânica deixou projeto da aeronave comercial da Boom Supersonic, que será capaz de voar a Mach 1.7 e que deve entrar em serviço no final da década
O Overture é projetado para voar a mais de 2.000 km/h com até 88 passageiros (Boom)

O projeto Overture, da startup Boom Supersonic, sofreu um duro golple nesta quarta-feira (7) após a confirmação do fim da parceria com a Rolls-Royce.

A fabricante britânica estudava a solução de propulsão do futuro jato comercial supersônico, que é cogitado para entrar em serviço em 2029. No entanto, ao ser consultada pelo site AIOnline, a empresa revelou ter decidido não participar mais do programa.

Mais tarde, em resposta a alguns sites estrangeiros, a Rolls-Royce afirmou que “entregou vários estudos de engenharia para o programa supersônico Overture. Após cuidadosa consideração, a Rolls-Royce determinou que o mercado supersônico de aviação comercial não é atualmente uma prioridade para nós e, portanto, não prosseguirá com o trabalho no programa neste momento.”

A Boom Supersonic, por sua vez, disse que “ficou claro que o projeto de motor proposto pela Rolls-Royce e o modelo de negócios legado não são a melhor opção para os futuros operadores de companhias aéreas ou passageiros do Overture.”

O Overture deve entrar em serviço em 2029 (Boom)

Nova configuração

O Overture, jato comercial para até 80 passageiros, tem um cronograma bastante ambicioso que prevê o início de produção em 2024 e o primeiro voo, marcado para 2026.

A Boom está finalizando os testes com uma aeronave conceito, o XB-1, que é equipado com antigos três motores J85, o mesmo usado pelos caças F-5 da FAB. O protótipo deve realizar seu voo inaugural no final deste ano.

No entanto, em julho, a empresa de Denver, nos EUA, revelou uma nova configuração de quatro motores para o Overture, bastante diferente do projeto original, trimotor e com um deles instalado na cauda.

A saída da Rolls-Royce do projeto foi minimizada pela Boom, que afirmou que anunciará o fornecedor dos motores até o final deste ano.

O protótipo XB-1 em Denver (Boom)

Veja também:

A propulsão é parte-chave do projeto já que o Overture precisará ser potente para atingir Mach 1.7, mas ao mesmo tempo econômico e silencioso – apesar disso, ele não voará em velocidade supersônica sobre a terra.

Certamente, a startup necessitará de um parceiro experiente e disposto a injetar recursos financeiros para desenvolver um motor capaz de ser usado no Overture.

A despeito das incertezas, a Boom obteve apoio de três companhias aéreas importantes, a Japan Airlines, a United Airlines e, recentemente, a American Airlines. Nenhuma delas, no entanto, fechou um pedido firme.

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