Rússia confirma intenção de implantar uma base aérea em ilha da Venezuela
Governo de Vladimir Putin pretende utilizar base militar na ilha La Orchila no Caribe para receber bombardeiros nucleares Tupolev Tu-160


A visita surpresa de dois bombardeiros nucleares russos Tupolev Tu-160 à Caracas, capital da Venezuela, no início de dezembro não foi mera coincidência. O governo de Vladimir Putin confirmou a intenção de instalar uma base militar na América Central, possivelmente na ilha La Orchila, localizada a 200 km do litoral venezuelano.
De acordo com a agência russa TASS, a base serviria como apoio para missões de longo alcance dos bombardeiros estratégicos da Força Aérea da Rússia.
“Nossos bombardeiros estratégicos não só não terão que retornar à Rússia todas as vezes, mas também não farão reabastecimento aéreo enquanto estiverem em uma missão de patrulha nas Américas. Nossas aeronaves Tu-160 chegam à sua base na Venezuela, realizam voos, executam suas missões e são substituídas em uma base rotativa. É assim que deve ser feito “, disse o coronel Shamil Gareyev à agência de notícias.
Uma lei da Venezuela proíbe a instalação de uma base militar estrangeira em território do país sul-americano, porém, uma estrutura temporária para receber esses aviões seria possível.
O governo de Nicolás Maduro não teria feito objeção às intenções russas. Pelo contrário: o sucessor do ex-presidente Hugo Chavéz comemorou a missão russa que trouxe os dois Tu-160 ao país, algo que incomodou os vizinhos.
“A chegada dos bombardeiros estratégicos Tu-160 da Rússia à América Central é uma espécie de sinal para Trump fazê-lo perceber que abandonar os tratados de desarmamento nuclear terá um efeito de bumerangue”, explicou o coronel Eduard Rodyukov à TASS.
A Venezuela, considerada por alguns especialistas em assuntos internacionais como uma ditadura, tem laços antigos com a Rússia e outros países alinhados com a ex-União Soviética como Cuba. Sua força aérea utiliza diversos aviões russos como os caças Sukhoi Su-30.

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