Rússia pretende testar míssil nuclear em asteroide

Artefato poderá ser testado no asteroide Apophis, que vai se aproximar da Terra em 2036
A Rússia planeja modificar seus mísseis balísticos para interver contra possíveis ameaças de meteoros (Raytheon)
A Rússia planeja modificar seus mísseis balísticos para interver contra possíveis ameaças de meteoros (Raytheon)
A Rússia planeja modificar seus mísseis balísticos para interver contra possíveis ameaças de meteoros (Raytheon)
A Rússia planeja modificar seus mísseis intercontinentais para interver contra meteoros (Raytheon)

E se um meteoro estiver em rota de colisão com a Terra, quem poderá nos defender? Aparentemente, o principal candidato é a Rússia. Cientistas da Agência Especial Federal Russa confirmaram a pretensão de disparar armas nucleares contra o asteroide Apophis, que passará perto de nosso planeta em 2036.

O projeto é um pedido da comunidade científica internacional NEOShield, que trabalha no desenvolvimento de sistemas de “deflexão de asteroides”.

O uso de armas nucleares é uma das várias ideias propostas pelo grupo, que também atua no desenvolvimento de “tratores gravitacionais” (capazes de atrair um meteoro para outro caminho) e “projéteis cinéticos” (propostos para empurrar o objeto para outra rota a partir de uma colisão).

Como explica a agência de notícia estatal russa TASS, armas nucleares podem destruir um meteoro ou a explosão atômica pode servir como um “empurrão” para alterar sua rota, seguindo o mesmo conceito do projétil cinético (mas com efeito “pirotécnico” nuclear). E parte da “arma” já está pronta, e há muito tempo.

O plano dos cientistas russos é ajustar seus atuais mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês), para atingir objetos próximos à Terra. De acordo com o relatório, os ICBM podem ser usados com eficiência contra meteoros com 20 metros a 50 m de diâmetro. O Apophis, classificado como asteroide, é bem maior: tem 350 m de circunferência.

Sabit Saitgarayev, chefe de pesquisas do Makeyev Rocket Design Bureau, que desenvolve os foguetes do programa espacial russo, afirmou à agência que mísseis balísticos podem impedir a aproximação de meteoros detectados há poucas horas. Mas para isso é preciso atualizá-los.

Os mísseis intercontinentais utilizam foguetes alimentados por combustível sólido (USAF)
Os mísseis intercontinentais utilizam foguetes alimentados por combustível sólido (USAF)

Os ICBM, armas desenvolvidas durante a Guerra Fria na década de 1960, são impulsionados por foguetes alimentados por combustível sólido. “O abastecimento começa 10 dias antes do lançamento e, portanto, são impróprios para destruir meteoritos semelhantes ao Chelyabinsk (que caiu na Rússia em 2013)”, explicou Saitgarayev.

O pesquisador russo ainda acrescentou que modificar os ICBMs vai exigir vários milhões de dólares e a permissão das autoridades: explosões nucleares são proibidas no espaço. “No entanto, se existir a ameaça de um asteroide que possa causar enormes danos ou mesmo acabar com a vida na Terra, essas proibições, é claro, serão descartadas”, contou.

Saitgarayev acredita que o asteroide Apophis vai passar “perigosamente” perto da Terra em 2036, hipótese já descartada pela NASA. O astro foi descoberto em 2004 e no início houve certa preocupação, que foi diminuindo com o avanço de mais observações.

O alvo: o meteoro Apophis tem 350 metros de diâmetro e uma chance em 45.000 de atingir a Terra (Nasa)
O alvo: o meteoro Apophis tem 350 metros de diâmetro e uma chance em 45.000 de atingir a Terra (Nasa)

Serpente espacial

O asteroide Apophis está na classe 0 na “Escala de Turim”, método que categoriza o risco de objetos próximo à Terra. Segundo a tabela, o astro tem uma chance em 45.000 de atingir o planeta. A Nasa estima que o asteroide deve passar a uma distância que pode variar de 1 milhão de km a 12 milhões de km da superfície terrestre.

A pretensão da Rússia, porém, pode frustrar uma série de projetos espaciais de outros países, que planejam enviar sondas ao espaço para analisar o asteroide de perto durante sua aproximação ou até alcançar sua superfície.

“Apophis” é o nome grego do inimigo de Rá (deus do Egito Antigo), Apep, uma serpente que se esconde nas escuridões eternas do centro da Terra e tenta engolir o deus egípcio durante suas caminhadas noturnas. Será que ele resiste a uma explosão nuclear?

Veja mais: Primeiro satélite militar brasileiro começa a ser testado

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  1. Russia planeja modificar seus mísseis intercontinentais para interver contra meteoros.

  2. Neste caso se o perigo passa a milhares de quilômetros da Terra, não há o porquê lançar um míssil contra o corpo celeste, a não ser que após a passagem do asteroide pela terra, torna-se mais viável destruir o mesmo. Caso contrário, a explosão nuclear contra asteroide muito antes dele passar pela terra, poderá aumentar significativamente a sua rota de colisão contra nós.

  3. Só inocente não acreditou que a Russia usou os seus excelentes sistemas de defesa aéreo para colidir contra o asteoroide , a Russia têm misseis intercontinentais que voam a mais de 50.000 km/h. A midia ou os meios de comunicação manipulam informações falaram que o asteroide era muito pequenininho um filhotinho bonitinho depois veio a BOMBA e agora falam que é maior ou igual ao edificio Empire State Bulding. Não acreditem no óbvio e na coletividade.

  4. Bombardeio indiscriminado de asteróides com mísseis nucleares pode ser pior do que não bombardear. Dependendo da composição do asteróide, pode fazer chover inúmeros asteróides contaminados com energiia nuclear, o que só vai servir para piorar as consequencias do impacto com a Terra. Melhor seria tentar desviar o asteróide tirando ele da rota de colisão com a Terra.

  5. com tantas informações, hoje ainda nos não sabemos 1% do que acontece realmente lá em cima. esses governos se mostram preocupados com o espaço sendo que não resolvem nem o que tem pra resolver aqui na terra, diante de seus olhos que um dia a terra há de comer de qualquer forma.

  6. Quando um asteroide passa perto do sol, ele aquece tanto que a rocha deixa de ser sólida e vai para uma forma mais pastosa. Acho que nesse momento um míssil teria um efeito de destruição muito maior sobre o asteroide. Será que alguém já pensou nisso ?

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