“SpaceX da China” falha em primeiro teste com foguete orbital

Empresa chinesa tentou ser a primeira do setor privado no país a alcançar o espaço; outras duas companhias locais estão na mesma corrida
(OneSpace)
Os foguetes da OneSpace são projetados para transportar pequenos satélites (OneSpace)

A China também tem sua “SpaceX”, a OneSpace. A empresa já é a segunda do setor privado no país a se aventurar no lançamento de foguetes espaciais. Porém, diferentemente da companhia de Elon Musk, as novas concorrentes chinesas ainda não alcançaram o espaço.

O primeiro veículo orbital da OneSpace, o foguete OS-M1, falhou durante seu lançamento nessa quarta-feira (27). Segundo informações do site SpaceNews, o foguete de quatro estágios, também chamado de “Chongqing · Liangjiang Star”, foi lançado às 5:39 da manhã, no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste da China.

Vídeos amadores compartilhados na internet mostram que o foguete aparentemente perdeu o controle logo após a separação do primeiro estágio, em torno de um minuto após o lançamento. A OneSpace ainda está investigando o incidente.

O foguete OS-M1 de 20 metros de altura é o primeiro veículo da OneSpace com capacidade para realizar voos orbitais e transportar cargas de até 205 kg. O modelo perdido no primeiro teste transportava um satélite-protótipo da ZeroG Labs, outra empresa chinesa do setor privado, fabricante de micro e nanosatélites e componentes aeroespaciais.

Em 2018, a SpaceOne já havia realizado com sucesso dois lançamentos com foguetes de capacidade suborbital. O novo objetivo da empresa é conseguir alcançar órbitas baixas, a cerca de 300 km de distância da superfície terrestre.

Durante uma sessão de perguntas e respostas antes do lançamento, a OneSpace demonstrou entusiasmo com a chance de ser a primeira empresa privada chinesa a chegar ao espaço, mas também pontuou sobre, no caso de falha, o lançamento seria uma “tentativa valiosa” para corrigir o veículo.

Mercado espacial em alta na China

A OneSpace não é a única empresa espacial privada da China. Também concorrem nesse mercado a Landspace e a Interstellar Glory, também conhecida como iSpace, ambas com sede em Pequim.

A Landspace foi a primeira “companhia espacial” privada criada na China, em 2014 – a OneSpace foi fundada em 2015 -, e também falhou em sua primeira tentativa de lançar um foguete ao espaço. Em outubro do ano passado, o foguete Zhuque-1 também teve problemas de controle durante a separação de estágios e caiu no Oceano Índico.

(Landspace)
O foguete orbital da Landspace também falhou no primeiro lançamento (Landspace)

A iSpace, criada em 2016, está na fase final de preparação para sua primeira tentativa de lançamento orbital, programada para o próximo mês, também no centro espacial de Jiuquan, onde falhou o teste da OneSpace.

Lan Tianyi, fundador da Ultimate Blue Nebula, empresa de consultoria espacial sediada em Pequim, observou em entrevista ao SpaceNews que os lançamentos anteriores e futuros desta primeira onda de empresas privadas chinesas de lançamento indicam fortes capacidades no emergente setor de lançamentos espaciais.

“Todas as três empresas estão assinando (contratos de) cargas úteis em seus primeiros lançamentos”, observa Tian, ​​mostrando que “o mercado chinês está aberto o suficiente sobre os veículos de lançamento do setor privado”.

(iSpace)
Assim como a SpaceX, as empresas chinesas também capricham no visual de seus foguetes (iSpace)

A velocidade do desenvolvimento de veículos de lançamento por empresas privadas na China foi acelerada por uma estratégia nacional de integração civil-militar, facilitando a transferência de tecnologias restritas para empresas aprovadas, a fim de promover a inovação na tecnologia para uso nos dois lados.

A China vem acumulando uma série de grandes feitos na exploração espacial, como a recente missão até o lado oculto da Lua, e ainda tem mais planos ousados, sendo o principal deles a construção de estação espacial. Com a ajuda de empresas privadas no país, o avanço do país nessa aérea deve ganhar um importante impulso nos próximos anos.

Veja mais: Empresa britânica apresenta conceito de avião comercial híbrido 

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