Airbus quer vender o jato A220 no “quintal” da Embraer

CEO da fabricante, Guillaume Faury afirmou que empresa tem “vantagem competitiva”. Rival do jato é o modelo E2
Jato A220-300 foi apresentado pela Airbus no Brasil em 2022
Jato A220-300 foi apresentado pela Airbus no Brasil em 2022 (Thiago Vinholes)

Até fevereiro, a Airbus já tinha mais de 900 encomendas do A220, seu menor jato comercial, que foi um produto desenvolvido originalmente pela canadense Bombardier. Nenhum desses aviões, contudo, foi encomendado por clientes da América Latina.

A ausência de pedidos não passa em branco pela fabricante europeia, que mantém as esperanças de encontrar interessados na região, consumidora sobretudo da família A320.

Em recente passagem pelo Brasil, Guillaume Faury, CEO da Airbus, afirmou ao jornal Valor Econômico que o A220 pode ser uma ótima aeronave para as empresas aéreas do país.

“Queremos trazer o A220 para o Brasil. Temos vantagem competitiva para isso”, disse o francês sem citar diretamente os jatos E2, da Embraer, seus concorrentes.

Substituto ideal do A319 na LATAM?

Cockpit do A220
Cockpit do A220 (Ricardo Meier)

to para os antigos A319 da LATAM?

A Airbus tem hoje 56% de participação no mercado de aeronaves comerciais no Brasil graças às volumosas frotas da LATAM e da Azul – a Gol tem uma frota exclusiva de jatos Boeing 737.

A empresa aérea fundada por David Neeleman, no entanto, já escolheu o rival E195-E2 como sua aeronave abaixo do A320neo. Configurados com 136 assentos, esses jatos já somam 20 unidades na frota, mas a Azul tem mais de 50 pedidos junto à Embraer.

Isso deixaria a LATAM como companhia aérea mais provável para encomendar o modelo. Ela poderia substituir seus antigos A319 do qual tem 19 aeronaves em serviço na divisão brasileira.

Mas aparentemente, as empresas aéreas brasileiras não se empolgaram com o A220 quando a Airbus o apresentou no país em 2022. Um A220-300 da Swiss esteve de passagem por São Paulo a caminho da FIDAE em Santiago do Chile.

E195-E2 da Azul
E195-E2 da Azul (Azorra)

América Latina tem preferido o A320 e o 737

A ausência de pedidos no Brasil não significa que o A220 é um avião aquém das necessidades locais. Basta constatar que mesmo a Embraer não consegue novos pedidos dos E2 além da Azul.

A empresária Leila Pereira, presidente do Palmeiras, é uma exceção ao ter adquirido um E190-E2 de segunda mão para sua empresa, a Placar Linhas Aéreas, que transporta o time de futebol para torneios no continente.

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Embora tenha uma autonomia imensa e uma boa capacidade de passageiros, além do custo operacional 25% menor que aeronaves de geração anterior, o A220 atua numa faixa de mercado que não é muito popular na América Latina, mais interessada em jatos maiores como o A320neo e o 737 MAX.

Nisso a Airbus não tem do que reclamar, ao contrário da Embraer.

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