Após 48 anos de serviço, Japão aposenta caças F-4 Phantom II

Fundamental na defesa aérea do Japão nas últimas décadas, F-4 cederá seu espaço ao moderno F-35A
McDonnell Douglas F-4 - Força Aérea do Japão
(JASDF)
McDonnell Douglas F-4EJ - Força Aérea do Japão
O Japão era um dos últimos operadores do F-4; caça segue ativo na Coreia do Sul, Grécia, Turquia e Irã (JASDF)

Depois de quase 50 anos, a carreira dos caças F-4 Phantom II do Japão em funções de combate chegaram ao fim. A despedida dos antigos jatos da força aérea japonesa foi formalizada na última sexta-feira (20).

A cerimônia que marcou a retirada dos F-4 no país ocorreu na Base Aérea de Hyakuri, sede do esquadrão 301 Hikotai, a última divisão nipônica que ainda operava 24 exemplares da aeronave. Algumas unidades ainda serão mantidas pela central de testes de voo e desenvolvimento da força aérea do Japão.

A história do Phantom no Japão começou em 1968 quando o caça da McDonnel Douglas foi selecionado pela força aérea do país, com um pedido de 140 jatos da versão F-4EJ. Exceto pelos dois primeiros caças recebidos pelos japoneses, todos os outros foram produzidos localmente sob licença pelo grupo Mitsubishi Heavy Industries (MHI).

O par inicial de aeronaves, produzidas nos EUA, pousou no Japão em 25 de julho de 1971. Um ano depois, os caças foram declarados operacionais no país. A força aérea japonesa também adquiriu a versão RF-4E desarmada para missões de reconhecimento – desativados no começo deste ano.

A indústria japonesa foi responsável pela produção do último dos 5.195 exemplares do F-4. O modelo F-4EJ com número de série 17-8440 deixou a linha de montagem da MHI em 21 de julho de 1981. No ano seguinte, o Japão iniciou um amplo programa de modernização da frota, que converteu 96 jatos para o padrão F-4EK Kai (“aprimorado”, em japonês).

Em seu auge no Japão, o F-4EJ foi operado por seis esquadrões da força aérea japonesa, distribuídos por quatro bases. A maioria desses grupos foi gradualmente reequipada com aeronaves mais modernizas e capazes, como o F-15J e o caça multifuncional Mitsubishi F-2 (versão local do F-16).

McDonnell Douglas F-4 - Força Aérea do Japão
Os últimos dos mais de 5 mil caças F-5 Phantom foram produzidos no Japão, em 1981 (JASDF)

Salto de três gerações

Um dos mais icônicos caças de segunda geração, o F-4 agora cederá seu espaço na força aérea japonesa ao Lockheed Martin F-35A, um jato de quinta geração e atualmente um dos mais avançados do mundo, com capacidade furtiva (“invisível” aos radares) e um moderno leque de armamentos e sensores.

A introdução do F-35 no Japão está seguindo os mesmos passos dos programas Phantom e F-15J. A exemplo dos modelos mais antigos, o caça de última geração também passou a ser produzido sob licença pela MHI, após a entrega de quatro modelos importados dos EUA. Os japoneses também encomendaram a versão F-35B, de pouso de decolagem verticais.

O Japão recebeu os primeiros F-35A em 2016; país encomendou 105 modelos F-35A e 42 F-35B (JASDF)

A desativação dos Phantom acontece num momento em que o Japão está intensificando seus gastos militares para modernizar suas forças armadas em resposta às crescentes ameaças à segurança nacional, especialmente da China e Coreia do Norte. Além da aquisição dos F-35, os japoneses também estão desenvolvendo um caça de quinta geração.

Com a aposentaria dos F-4 no Japão, os últimos operadores do “Fantasma” agora são as forças aéreas da Coreia do Sul, Grécia, Turquia e Irã.

Veja mais: Nicolás Maduro diz que Venezuela vai fabricar drones militares

 

 

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