Após descartar o KC-390, Austrália confirma compra de 20 C-130J Hercules
Governo do país anunciou acordo com a Lockheed Martin para suprir a Royal Australian Air Force com aeronaves de transporte que substituirão 12 Hercules em serviço desde os anos 90

O governo da Austrália confirmou nesta segunda-feira (24) um acordo com a Lockheed Martin para adquirir 20 novos turboélices de transporte tático C-130J Super Hercules.
O pedido já era esperado desde o final do ano passado quando a Real Força Aérea Australiana (RAAF) selecionou a aeronave para substituir 12 C-130J que estão em serviço desde os anos 90, descartando os concorrentes como o Embraer C-390 Millennium.
O contrato de aquisição atingiu a cifra de 9,8 bilhões de dólares australianos, cerca de R$ 31,5 billhões.
Os primeiros C-130J novos serão entregues a partir de 2027 e serão alocados no Esquadrão nº 37 na Base Richmond da RAAF.
Concorrência questionada
O Ministério da Defesa da Austrália justificou a escolha ao apontar “benefícios significativos” para a indústria do país, com a construção de instalações e infraestrutura para manter a aeronave.

“O governo está garantindo que a Força de Defesa Australiana esteja equipada com as novas aeronaves C-130J Hercules, e mais delas, para responder à ampla gama de desafios que nossa nação enfrentará no futuro”, disse o Ministro da Indústria de Defesa, Pat Conroy.
Apesar disso, houve quem contestasse a seleção do Super Hercules, realizada sem que as aeronaves concorrentes pudessem ser avaliadas em profundidade. Além do C-130J participaram da licitação o Kawasaki C-2, o Airbus A400M e o Embraer C-390 Millennium.
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A Real Força Aérea alegou ter feito uma ampla análise dos modelos durante a concorrência para a “Aeronave Média de Mobilidade Aérea” (MAMA em inglês).
“Observamos essas quatro aeronaves em 22 requisitos diferentes. Eles estão relacionados ao desempenho da aeronave, à certificação nas funções em que esperamos utilizar a aeronave e à facilidade com que podemos fazer a transição da aeronave para o serviço”, disse o comandante da RAAF, o Marechal do Ar Robert Chipman, em depoimento no Senado.

Mas a mídia australiana apontou que a avaliação teria sido um exercício teórico já que ocorreu durante a pandemia, quando não era possível realizar apresentações in loco.
O C-130J é a aeronave mais antiga das quatro aeronaves e a com números inferiores em capacidade e desempenho.
O governo australiano, no entanto, tem fechado acordos de defesa com os Estados Unidos como o que prevê a fabricação de submarinos de propulsão nuclear, abandonando um contrato fechado com a França.