Avião presidencial retalhado, porta-aviões picado…
Antigo FAB 2401, que serviu a Presidência da República, foi impiedosamente destruído no pátio militar do Galeão, assim como o porta-aviões Minas Gerais


O Brasil é um país que não guarda suas memórias. São raras as relíquias que contam a história da nação, sobretudo no âmbito militar. Não sobraram embarcações do século XIX, as primeiras da Marinha, e aeronaves do passado são joias raras. Nem mesmo aviões mais recentes são preservados, como foi o caso de dois Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB), que foram brutalmente destruídos no pátio da base militar no Galeão em 2014.
Esses aviões eram os “Sucatões” FAB 2403 e o FAB 2401, que foi o avião presidencial entre 1986 e 2003. As aeronaves, que pertenciam a Varig, foram um pedido do então presidente José Sarney em 1986.
Apesar de sua importância histórica, o FAB 2401 e seu companheiro de pátio foram cortados, fatiados, desmantelados e esquecidos. Hoje o último Sucatão será leiloado, o 2402, e seu destino provavelmente será o mesmo: virar sucata. O lance inicial é de R$ 312 mil, de puro alumínio e muitas memórias da FAB – o FAB 2402 se acidentou no Haiti em 2013 e acabou sendo desmontada por lá mesmo.
Havia um interesse do Chile em adquirir o FAB 2402 para servir como banco de peças e até ideias sobre preservá-lo no Musal ou no Museu da Tam. Nenhum dos planos foi adiante e o avião virou paisagem para quem chegava em voos comerciais no aeroporto do Galeão.
Porta-aviões desmanchado
Primeiro porta-aviões da Marinha Brasileira, o NAe Minas Gerais foi aposentado em 2001 e no ano seguinte vendido como sucata por cerca de R$ 1 milhão. A embarcação foi enviada para Alang, na Índia, onde fica um dos maiores desmanches de navios do mundo.
Assim como o avião presidencial, a embarcação histórica foi reduzida a aço retorcido, sem nenhuma chance de preservação. Uma pena. Em outros países porta-aviões já foram convertidos em museus flutuantes.

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