Avião solar não tripulado vai coletar dados na Amazônia

Aeronave de pesquisa atmosférica desenvolvida na Suíça pode permanecer voando por 10 dias
O AtlantikSolar pode permanecer voando por até 10 dias sem pausa (Divulgação)
O AtlantikSolar pode permanecer voando por até 10 dias sem pausa (Divulgação)

O AtlantikSolar pode permanecer voando por até 10 dias sem pausa (Divulgação)

O AtlantikSolar pode permanecer voando por até 10 dias sem pausa (Divulgação)

Cientistas do Laboratório de Sistemas Autônomos da Universidade ETH, de Zurique, na Suíça, vão coletar dados atmosféricos na floresta amazônica de maneira inédita: utilizando um avião solar não tripulado. O equipamento, batizado de AtlantikSolar, vai sobrevoar um trecho entre Barcarena até Melgaço, no Pará. As pesquisas começam dia 22 de outubro.

Por meio de sensores, o avião vai coletar informações sobre ventos, umidade, temperatura e radiação em regiões nunca antes estudadas. O voo do AtlantikSolar foi autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta IV).

Atualmente, pesquisadores brasileiros realizam esse tipo de estudo a partir de estações meteorológicas de superfície e por meio de balões. “A Amazônia tem extensas áreas de floresta densa, fechada, cujo acesso é dificílimo e a logística é muito complicada. Por isso, a instalação de sensores de superfície e, principalmente, a sua manutenção, são um desafio muito grande e dispendioso”, diz Carlos Alberto Freitas, gerente regional de Belém do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), um dos parceiros locais do projeto suíço.

Além de sensores, o avião solar também carrega uma câmera de alta resolução capaz de criar imagens em 3D e em infravermelho.

Compreendendo a Amazônia

Para os suíços, o voo servirá como um teste para averiguar a autonomia e a resistência da aeronave movida a energia solar em condições climáticas diferentes das encontradas nas Europa. Todos os dados coletados no voo, no entanto, ficarão a cargo do Censipam, que cuidará da disponibilização das informações aos parceiros. Os dados podem ajudar na condução de novos estudos sobre a região amazônica.

O avião solar pode alcançar até 1.600 metros de altitude (Divulgação)
O avião solar pode alcançar até 1.600 metros de altitude (Divulgação)

O AtlantikSolar tem 5,6 metros de envergadura de asa e pesa apenas 6,9 kg. Segundo seus idealizadores, o aparelho pode voar a velocidade máxima de 60 km/h e alcançar 1.600 metros de altitude. Não só isso, a aeronave pode permanecer voando por até 10 dias ininterruptos.

“Esse tipo de aeronave pode oferecer informações mais precisas e com maior qualidade do que as geradas pelos satélites, de forma mais rápida e mais barata, tornando-se uma boa opção para aprimorar o monitoramento em áreas de médio porte”, diz Philipp Oettershagen, doutorando do ETH Zurique e responsável pela aeronave.

As asas do AtlantikSolar são cobertas por painéis fotovoltaicos (Divulgação)
As asas do AtlantikSolar são cobertas por painéis fotovoltaicos (Divulgação)

Em longo prazo, os cientistas suíços planejam cruzar o Oceano Atlântico com o AtlantikSolar – daí vem seu nome. Até o momento, o aparelho já realizou um voo de 81 horas seguidas, de 14 a 17 de julho deste ano, na Suíça, e estabeleceu um novo recorde mundial para aeronaves não tripuladas com menos de 50 kg.

Veja mais: Avião projetado em MG bate cinco recordes mundiais

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