Avibras anuncia parceria com empresa espanhola, mas sindicato teme perda de empregos e tecnologia

Mais antigo e tradicional fabricante de armamentos do país afirmou que pretende estabelecer uma parceria com a New Technologies Global Systems (NTGS). Entidade que representa os funcionários diz que empresa deve repassar tecnologia do sistema Astros e gerar 1.200 empregos no exterior
O lançador ASTROS, da Avibras, e o KC-390
O lançador ASTROS, da Avibras, e o KC-390 (Avibras)

A Avibras confirmou nesta semana que está negociando o estabelecimento de uma parceria com a empresa espanhol New Technologies Global Systems (NTGS). Dentro do potencial acordo, a fabricante de produtos de defesa europeia faria o papel de exportadora dos sistemas da Avibras.

Sem esclarecer o formato da parceria, a Avibras afirmou que “a estratégia é tornar-se uma empresa multinacional através de parcerias com empresas espanholas e da consolidação de uma subsidiária europeia”.

Uma das vantagens apontadas pela veterana fabricante de equipamentos militares brasileira será concorrer no programa de Sistema Lançador de Alta Mobilidade (SILAM) do Exército Espanhol. Para isso, a Avibras e a NTGS oferecerão o sistema de artilharia de mísseis e foguetes ASTROS.

A empresa, fundada em 1961, está em recuperação judicial desde março de 2022 (Avibras)

A Avibras admitiu realizar a transferência de tecnologia do sistema, dependendo dos requisitos do governo espanhol, mas garantiu que a propriedade intelectual permanecerá no Brasil.

A empresa também revelou que pretende estabelecer mais parcerias estratégicas com o intuito de “fortalecer ainda mais seu portfólio de produtos de alto valor agregado”

Receio de perdas para o Brasil, diz sindicato

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) mais uma vez protestou contra os planos da Avibras. A entidade considerou que a “parceria representa uma grave perda para o Brasil, que levou décadas para chegar ao atual patamar de desenvolvimento do setor de Defesa. Dada a sua importância para o setor bélico, o Astros não poderia, em hipótese alguma, ter sua tecnologia transferida para outro país”.

A nota do sindicato também cita reportagem de um site espanhol que fala da possibilidade de abertura de 1.200 vagas de emprego na Espanha. “Enquanto isso, no Brasil, os trabalhadores da Avibras continuam sem salário e sem garantia de que continuarão com seus empregos. Eles estão em greve há um ano por falta de salário”, lamentou a entidade.

A aeronave pilotada remotamente Falcão (Avibras)

Fundada em 1961, a Avibras está em meio a mais um processo de recuperação judicial desde março de 2022. A empresa tinha uma dívida de R$ 640 milhões à época e tenta buscar alternativas para restabelecer sua saúde financeira. No início do ano, rumores apontavam para o interesse de uma empresa alemã e outra dos Emirados Árabes, que pretendiam assumir seu controle.

O sindicato voltou a apontar que a solução para a Avibras seria sua estatização e tem feito apelos ao governo federal para que tome alguma atitude a respeito.

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  1. Sindicato não tem que se meter nisso! A Avibrás está tentando continuar. Se perder alguns empregos e manter outros, é melhor que vender tudo pra estrangeiro acabar com tudo. Quanto a tecnologia é só estabelecer regras claras quanto a manutenção desse conhecimento no Brasil também!!

  2. Agora, entendo que é o governo brasileiro que deve se envolver pra que a industria nacional nesse segmento não seja perdida. O problema é que esse esquerdismo e corrupção sistêmico tem mantido o país no atraso tecnológico e economicamente há décadas. Leis e normas excessivas impedem que o país avance e que poderia já há muito figurar entre as grandes potências, mas essa militância esquerdista, essas falácias criadas seguram o país rumo ao crescimento. Estamos atrasados uns 40 anos tecnologicamente falando e a gente assistindo uma empresa importante como a Avibrás com dificuldades. No ínicio da década de 80, a soma do PIB da Índia; China e outros dois país (não me lembro quais) era igual ao do Brasil. Lembro de Índia e China porque hoje, vejam quem são esses países!! Esses dois países se juntaram a EUA e Rússia, na capacidade de colocar um equipamento na lua… e o Japão está no caminho!!

  3. Marcelo, parte do povo adora ser submisso a estes governos populistas desde que estes os sustentes com políticas assistencialistas. E contam com o apoio de várias entidades midiáticas que não querem perder suas participações e poder. Desde criança eu escuto que o “brasil” é o país do futuro mas não sai do lugar porque não investe em educação e conhecimento. Isso é um veneno para eles. E nunca sairemos. Triste realidade. Aliás, não à tôa isso aqui é conhecido como Améric@ L@trin@.

  4. Se o Sindicato é contra, então é algo bom. Impressionante o desespero dus cumpanhero por tentar barrar qualquer tentativa de evolução. Estatização? Por que querem tanto? Simples! Para dar emprego no governo prus cumpanhero e sangrar os cofres públicos.

    Sinceramente, um site tão conceituado e de qualidade como este aqui não deveria em hipótese alguma dar voz a esse sindicato, plenamente conhecido em São José dos Campos por querer atrapalhar e destruir a iniciativa privada e as indústrias da região, fingindo trabalharem pra cumpanherada.

  5. Rapaz essa avibras tá muito estranha pois ela quis dizer que quer ter uma nova subsidiária europeia a única coisa que me vem na cabeça é que ela no futuro queira compra essa empresa espanhola só pode

  6. o EB é dono da propriedade intelectual do astros e Av mtc, sem aval do exército não transfere nada, os entreguistas terra planistas vão ter aceitar.🤣

  7. Manter a propriedade intelectual da tecnologia é essencial, esse acordo me parece estranho ao que vemos por aqui, o caça Gripen por exemplo a SAAB transferiu tecnologia mas continua sendo dona e parte das encomendas será fabricada na Suécia o que não parece ser o caso desse acordo da AVIBRAS

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