Boeing e Embraer podem fabricar KC-390 nos EUA
Segunda linha de produção pode facilitar a venda do cargueiro militar no mercado americano e também para aliados da Casa Branca


Prestes a completar o acordo para a criação de uma joint-venture na aviação comercial, a Boeing e a Embraer também estudam a possibilidade de produzir o novo cargueiro militar KC-390 nos Estados Unidos, segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico. Essa seria a segunda linha de montagem da aeronave, que atualmente é finalizada na fábrica da empresa brasileira em Gavião Peixoto (SP).
De acordo com a publicação, o KC-390 pode ser montado nos EUA com os mesmo componentes utilizados para produzir a aeronave no Brasil. Isso, no entanto, não significa que a Boeing vai adquirir o controle da divisão de produtos militares Embraer Defesa & Segurança, considerada estratégica pelo governo brasileiro.
Até o momento, as duas fabricantes já anunciaram que pretendem criar uma segunda joint-venture focada apenas em comercializar e oferecer suporte ao Embraer KC-390. Produzí-lo nos EUA, no entanto, pode abrir novos mercados para o cargueiro multimissão.
Como cita o jornal, produzir o KC-390 nos EUA pode facilitar sua aquisição pelas próprias forças armadas do país ou por nações aliadas da Casa Branca. Nesse segundo caso a aeronave pode ser comercializada dentro do programa “Foreing Military Sales”, que oferece planos de financiamentos especiais para a venda de produtos militares fabricados pela indústria norte-americana. Isso já acontece com o turbo-hélice de ataque Embraer Super Tucano, que também é finalizado em Jacksonville, na Flórida, pela Sierra Nevada Corporation.
O local da provável fábrica do KC-390 nos EUA não está definido, assim como o percentual acionário de cada empresa. A reportagem ainda acrescenta que a fabricante brasileira será a controladora dessa joint-venture, com uma participação em torno de 51% do capital. A Embraer não comentou sobre o assunto.
A primeira entrega do KC-390 para a Força Aérea Brasileira estava programada para o segundo semestre deste ano, mas acabou adiada para 2019. Em maio deste ano, o protótipo 001 da aeronave saiu da pista em Gavião Peixoto enquanto realizada teste em solo e ficou gravemente danificado.