Boeing produz último 747 de passageiros

Fabricante tem apenas mais 20 encomendas pelo Jumbo na versão de carga
O último 747-8 configurado para transportar passageiros será entregue à Korean Air (Boeing Fan Photography)
O último 747-8 configurado para transportar passageiros será entregue à Korean Air (Boeing Fan Photography)
O último 747-8 configurado para transportar passageiros será entregue à Korean Air (Boeing Fan Photography)
O último 747-8 configurado para transportar passageiros será entregue à Korean Air (Boeing Fan Photography)

A era do Boeing 747 chegou ao fim, ao menos para a versão de passageiros. A fabricante finalizou neste final de semana nos Estados Unidos o processo de montagem e testes do 10º e último modelo 747-8 encomendado pela companhia aérea Korean Air, da Coreia do Sul.

Segundo informações da página Boeing Fan Photography e confirmada por fontes da fabricante, o último 747 em configuração para passageiros (matrícula HL7644) foi pintada em Portland na semana passada, e retornou na sexta-feira (7) para a sede da Boeing, em Everett, onde será entregue à Korean.

Sem novas encomendas, a produção do 747 deve ser finalizada entre o final desta década e início da próxima. A Boeing ainda tem 20 pedidos firmes (quando o contrato de compra já foi assinado) pelo modelo 747-8F, a versão de transporte de carga, de empresas como a UPS, dos EUA, e a Transaero Airlines e AirBridgeCargo Airlines, ambas da Rússia.

O governo norte-americano também deve concretizar em breve o pedido por dois 747-8 na versão executiva, aeronaves que serão utilizadas na função de Air Force One, o avião presidencial dos EUA. O desenvolvido da aeronave, que exige uma série de especificações militares, já foi iniciado pela Boeing. O contrato de compra, porém, ainda não foi definido.

Fim de uma era

Lançado em 1969, o Boeing 747 revolucionou a aviação comercial inaugurando novos parâmetros de capacidade e alcance. Nenhum outro avião podia transportar tantos passageiros cruzando continentes e oceanos sem parados. Em tempos mais recentes, no entanto, o alto custo operacional da aeronave combinado ao aumento do preços dos combustíveis tornou o Jumbo e outras aeronaves comerciais com quatro motores praticamente inviáveis. O Airbus A380, sem encomendas desde 2015, vive situação parecida.

Em 2016, a própria Boeing já admitiu que deve em breve encerrar a produção do 747 para evitar prejuízos. A produção da aeronave já foi reduzida drasticamente: a fabricante vem produzindo apenas um Jumbo a cada dois meses. Como comparação, em 1990, melhor ano do modelo, a empresa chegou a fabricar mais de sete unidades do jato por mês.

A Lufthansa é uma das três companhias que voam com o 747-8 na versão de passageiros (Thiago Vinholes)
A Lufthansa é uma das três companhias que voam com o 747-8 na versão de passageiros (Thiago Vinholes)

O 747-8, geração mais recente do Jumbo introduzida em 2011, conquistou apenas três clientes no ramo de transporte de passageiros: Lufthansa, Air China e Korean Air. A versão de carga, por outro lado, teve maior aceitação.

Ao todo, a Boeing já entregou 114 unidades do Jumbo na versão 747-8, número bem distante da série mais rentável da aeronave, o 747-400, que somou quase 700 unidades entregues entre 1989 e 2009. Somando todas as gerações e versões, a fabricante norte-americana entregou 1.532 unidades do Jumbo desde 1968.

Veja mais: Sem interessados, antigos Airbus A380 podem ser depenados

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  1. No desenvolvimento da última versão deveriam ter aproveitado para adaptar a fuselagem para dois motores como os do Boeing 777.

    Um belo avião, grande pena não ve-lo mais nos aeroportos!

  2. O 47 é uma aeronave maneiríssima. Tem seu lugar na história. Mas hoje, com a questão econômica e até mesmo por haver motores mais potentes e econômicos, os birreatores dominam os ares.
    Na Boeing, com a evolução do 777 (teremos o 777X e variantes), não há realmente necessidade de se investir no “passado”.

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