Boeing revela primeira imagem do maior 737 já proposto

Boeing 737 MAX 10 terá 43,8 metros de comprimento e poderá levar até 230 passageiros, mas ainda não tem clientes
Boeing 737 MAX 10 (Boeing)
Imagem do Boeing 737 MAX 10: maior 737 da história (Boeing)

Já se passaram mais de duas décadas desde a entrada em operação do Airbus A321 e somente agora a Boeing parece ter vislumbrado o potencial de ter uma versão de grande capacidade do 737, jato comercial mais vendido da história. A fabricante revelou nesta segunda a primeira imagem do 737 MAX 10X que, com 43,8 metros, será a maior versão do birreator, com capacidade para levar até 230 passageiros – 10 a menos que o Airbus, que tem 44,5 metros de comprimento.

Desde dezembro, a Boeing procura por clientes para o jato, mas até o momento não há notícias de interessados. Talvez seja uma questão de tempo afinal há uma certa equação na aviação em que um avião comercial precisa ter um certo comprimento (traduzindo em capacidade) para ser vantajoso. Aeronaves muito curtas geralmente se tornam pesadas e pouco capazes, resultando em vendas fracas – basta lembrar do 737-500, do A318 ou mesmo do E-170, da Embraer. Mas o oposto também é verdade: aviões muito longos às vezes oferecem uma capacidade acima do necessário para determinadas rotas. A própria Boeing experimentou isso com os modelos 757-300 e 767-400, que tiveram pouco procura.

A boa receptividade do rival da Airbus, o A321, que já tem cerca de 1,4 mil encomendas na nova versão ‘neo’, no entanto, parece confirmar que há sim interessados por um jato de corredor único e que pode levar mais de 200 pessoas. Até há poucos anos, a Boeing tinha um modelo com essas características, o 757, porém, o birreator tem dimensões e peso bem superior ao A321 –  115 toneladas contra 93 toneladas do Airbus.

Já o 737 MAX 10 deve ter um peso máximo de decolagem pouco acima de 90 toneladas, pouco superior a do 737 MAX 9, hoje a maior versão do jato, com 42,2 metros de comprimento. Ele será, segundo a Boeing, mais econômico e voará mais longe que o rival A321neo, mas a empresa ainda estuda uma solução para que o trem de pouso, mais baixo que o do Airbus, não seja um impeditivo para operações em certas pistas.

A terceira porta logo atrás das asas (Boeing)

Porta extra

A versão MAX 10, caso seja de fato construída, fará uso de uma novidade introduzida na família pela versão 9, uma terceira porta de emergência logo atrás das asas, necessária para se enquadrar nas normas de segurança vigentes. É um marco para um avião surgido no final da década de 60 e que teve um início de carreira que em nada previa seu futuro sucesso. Na época, as companhias preferiam o 727, trirreator mais capaz, enquanto a Boeing chamava mais a atenção do público no projeto do gigante 747, que voou pouco tempo depois.

Com a crise do petróleo, no início dos anos 70, os jatos de dois motores passaram a ser protagonistas na aviação comercial e o 737, seu maior expoente. Se o 737 MAX 10 virar realidade, essa história de sucesso ainda estará sendo contada nas próximas décadas.

O A321neo tem alcance de até 6.500 km, o mesmo do A320neo, mas com mais passageiros (Airbus)
O rival A321neo tem 44,5 metros e pode levar até 240 passageiros

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  1. Fazer viagens de mais de 8 horas em aviões com um só corredor não é apenas desconfortável, trata-se mesmo de uma tortura.

  2. Concordo plenamente, Richard…havendo opções, certamente vou preferir a aeronave mais confortável e espaçosa. Imagina uma viagem internacional – a United tinha, não sei se ainda tem, um voo de Brasília a Miami num 757, a Copa vai ao Panamá num 737, me sentiria uma sardinha!

  3. ai ai… só tem “bacana” aqui…. cheios de mi mi mi…. “uma tortura… me sentiria uma sardinha”… KKKKK Um ou dois corredores não afeta a largura das poltronas… é só comodidade em fuselagem wide-body pois não seria legal a pessoa na janela relar a bunda em 5 por falta de um corredor a mais… um só corredor será problema em fuselagem comum somente se o indivíduo vai no banheiro a cada 30 minutos e ficar trombando com outros colegas que sofram do mesmo mal….

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