Caças F-22 estão perdendo revestimento “invisível”
Material que absorve ondas de radar está enfrentando problemas com as condições climáticas da Síria


Aviões “invisíveis”, os conhecidos “stealth” (furtivo), são projetados para não serem detectados por radares, o que aumenta significaticamente a eficiência de um ataque. Para ficar invisível, essas aeronaves têm designs diferenciados e são revestidas por um material secreto, o RAM (Radar Absorbing Material), que absorve ondas de radar. Essa “tinta”, porém, está descolando nos caças Lockheed Martin F-22 Raptor da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF).
Segundo reportagem do AviationWeek, o problema está afetando as aeronaves utilizadas em combate na Síria, contra o grupo terrorista Estado Islâmico. Desde setembro de 2014, as aeronaves operam a partir de uma base não identificada no sudoeste asiático, onde as condições climáticas estão afetando o revestimento que absorve ondas de radar.
John Cottam, diretor da Lockheed Martin responsável pelo F-22, relatou a publicação que o revestimento é prejudicado por fatores externos da região onde um esquadrão está baseado, como chuva e areia. Com o deterioramento da camada, a capacidade de absorção de ondas de radar é reduzida, o que pode ser o suficiente para revelar a posição do caça em voo.
Cottam ainda acrescentou que a manutenção desse componente é complexa, pois são materiais difíceis de serem produzidos e que exigem uma minunciosa instalação. O diretor também afirmou que a fabricante está trabalhando em uma nova fórmulação do RAM, mais resistente, e que pretende aplicá-la em todos os 186 caças F-22 produzidos para a USAF entre 1996 e 2011.
A USAF não divulga quantos F-22 estão destacados na operação em curso no Oriente Médio. Apesar de ser projetado principalmente para atuar como caça, os Raptor estão realizando missões de bombardeiro na Síria.
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