CEO diz que Embraer tem “habilidades” para construir aviões maiores
Projetar um jato de passageiros maior que o E195-E2 “pode ser uma oportunidade para o futuro”, segundo Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer

Em entrevista a jornalistas estrangeiros em São Paulo (SP) na última sexta-feira (24), o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse que a fabricante não descarta projetar um avião de passageiros com mais de 150 assentos, como é o atual E195-E2.
“Temos as habilidades para fazer isso”, disse Gomes Neto, citado pelo Aero Telegraph, se referindo a capacidade da Embraer em projetar e construir aviões maiores.
O CEO da empresa brasileira, porém, ressaltou que desenvolver um jato maior que o E195-E2 não é um plano de curto prazo e que a companhia tem outras prioridades no momento, embora viva um bom momento após o cancelamento da joint venture com a Boeing e o fim da pandemia de Covid-19.
“Nada está decidido ainda”, disse o executivo, acrescentando em seguida que um plano nesse sentido “pode ser uma oportunidade para o futuro”.
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A publicação relembrou que a Embraer cogitou lançar um avião maior que o E195, há 15 anos. No entanto, em 2011, temendo a concorrência com a Airbus e a Boeing, o plano foi abandonado pela fabricante de São José dos Campos (SP).
Maior avião comercial brasileiro
O E195-E2 é o maior avião comercial já projetado e construído no Brasil. A aeronave da família E-Jets 2 mede 41,5 metros do nariz a cauda, sendo mais longo que o A320neo e o 737 MAX 8.
Entretanto, o jato da Embraer leva menos passageiros devido a sua fuselagem mais estreita, que utiliza um layout de assentos 2+2 com capacidade máxima para 146 ocupantes. Os narrowbodies da Airbus e da Boeing, mais largos, permitem a configuração 3+3, por isso comportam até 200 passageiros.

A despeito do comprimento avantajado, o E195-E2 não é o avião mais pesado produzido no Brasil. Este feito cabe a aeronave militar multimissão C-390 Millennium, que pode decolar com peso máximo de 87 toneladas – 25,5 t a mais que o maior jato da família E2.